Importância do 'fator casa' e a sorte da Rússia na Copa do Mundo

BeSoccer há 5 anos 472
A campanha da Rússia é surpreendente. Goal

A seleção da casa iniciou a sua campanha na pior colocação dentre as 32 equipes no ranking da Fifa... e agora busca uma vaga na semifinal

O futebol é o mais imprevisível dos esportes coletivos. E nas Copas do Mundo, quando todos os holofotes estão sob os gramados, isso parece ficar ainda mais evidente.

Afinal de contas, como explicar a vexatória queda da Alemanha na primeira fase? Ou como a seleção russa, uma das piores ranqueadas pela FIFA, conseguiu eliminar a Espanha e brigar por uma vaga na semifinal?

No livro "Os Números do Jogo", é citado um estudo conduzido por dois astrofísicos que analisaram jogos das Copas do Mundo entre 1938 e 2006 e chegaram à conclusão de que metade das partidas é decidida pela sorte. 

Ou seja: na grande maioria das vezes, a chance do melhor time ganhar um jogo de Copa seria basicamente igual a um cara ou coroa.

Mas o fator casa também desequilibra a favor da equipe mandante, conforme estudo que abrangeu dez temporadas das cinco principais ligas europeias. Ainda que o placar mais comum seja o 1 a 1, vitórias por 1 a 0, 2 a 1 e 2 a 0 dos mandantes são o resultado mais comum no futebol moderno.

Ainda com todos estes números, fruto de horas de estudo, seria leviano descartar o fator decisivo de um grande jogador ou a qualidade do trabalho realizado. E o que mais impressiona nesta campanha da Rússia é exatamente isso: não possui craques, e antes do início da Copa do Mundo era a pior seleção participante segundo o ranking da FIFA - onde ocupava o 70º lugar.

Os péssimos resultados anteriores à campanha, iniciada com vitória por 5 a 0 sobre a Arábia Saudita, apontavam para um trabalho fraco do técnico Stanislav Cherchesov. Isso mudou durante a disputa do torneio, inclusive com o time mudando sua disposição tática.

Jogar dentro de seu país não deu apenas mais força aos russos, como também mudou a postura dos torcedores - antes céticos, agora eufóricos. Mas o toque de sorte na campanha não esteve, ao menos até o time chegar às quartas de final, em uma bola na trave e nem mesmo na disputa por pênaltis contra a Espanha. Foi no fato de o trabalho de Cherchesov ter, surpreendentemente, começado a dar certo justamente durante o campeonato.

Mencionados na notícia