Luis Enrique chegou à Espanha com discurso para mostrar que pode dar certo

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Luis Enrique chegou à Espanha com discurso para mostrar que pode dar certo

O novo treinador da equipe nacional falou sobre os desafios que terá; alguns deles muito parecidos aos que teve no Barcelona

Luis Enrique foi apresentado como novo treinador da seleção espanhola e tem quatro principais desafios nesta que, segundo o próprio definiu, sempre foi um objetivo em sua carreira.

Fazer evoluir o estilo de jogo (1), lidar com a pressão madridista (2), que por sua vez envolve o seu comportamento muitas vezes ácido (3) e, por fim, o principal: fazer a ‘Roja’ retornar ao caminho dos títulos e vitórias que se acostumou entre 2008 e 2012 (4).

Vitorioso em sua passagem de três temporadas como treinador do Barcelona, ele viveu alguns desafios parecidos, que poderão lhe ajudar nesta nova etapa. Por isso, em meio à crise na qual a equipe espanhola mergulhou após a turbulenta saída de Julen Lopetegui para o Real Madrid, a opção pelo asturiano na teoria parece muito acertada.

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E o principal argumento que comprova isso foi exatamente o seu trabalho no comando do Barça. Pois quando retornou ao clube em que mais teve sucesso como jogador, a equipe catalã vinha de sua pior temporada após o seu auge histórico atingido sob a tutela de Guardiola.

Sob o comando do argentino Gerardo ‘Tata’ Martino, o Barça só havia levantado a Supercopa espanhola. Para piorar, o clube ainda lamentava o falecimento recente de Tito Vilanova, antecessor de Martino. Só havia um remédio para aliviar a crise esportiva e emocional: vencer.

Foi exatamente o que Luis Enrique conseguiu. Em três temporadas, ele ajudou o Barça em mais um’ Triplete’ (liga espanhola + Copa do Rei + Champions League) e ainda conquistou o Mundial de Clubes, três Copas do Rei, outra liga espanhola e duas Supercopas – europeia e doméstica.

O mais importante, levando em consideração que a seleção espanhola vem de uma crise que pede o retorno das vitórias, foi que o asturiano conseguiu isso adaptando o estilo ‘tiki-taka’, de troca constante de passes, para um futebol mais direto. Exatamente o que a Espanha precisa, após a eliminação nas oitavas de final do Mundial de 2018 para a Rússia, em jogo onde trocou mais de mil passes infrutíferos.

“Há muitas mudanças táticas que podem ser feitas, a mais difícil é a conclusão e nesta Copa do Mundo nós vimos isso”, reconheceu o próprio Luis Enrique, em sua apresentação no comando da ‘Roja’. “Pode-se fazer evoluir o estilo de jogo sem o alterar. Já o fiz num clube grande como o Barcelona. Vamos continuar com o mesmo estilo, que ninguém duvide, mas com algumas nuances”, completou.

Os resultados com o Barcelona vieram mesmo em meio a algumas crises de relacionamento que Luis Enrique teve com seus principais jogadores, como Messi e Neymar. E é exatamente a sua personalidade forte que representa outro desafio nesta nova empreitada. Por ter deixado o Real Madrid direto para o Barcelona, na época de jogador, o ex-atacante não é uma das figuras mais queridas em Madri – inclusive na imprensa.

O relacionamento com os atletas mais jovens, e especialmente os mais experientes – como o polêmico zagueiro Sergio Ramos -, não poderão afetar os seus resultados em campo. Afinal de contas, ainda que existe uma base de trabalho e bons valores, Luis Enrique chegou para fazer a Espanha voltar a ser forte.

E já demonstrou, em seu histórico recente, que tem capacidade para isso.

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