Ferran Reverter apresentou o relatório com os resultados da 'Due Diligence' financeira do Barcelona. No Auditori 1899, o CEO do clube azulgrana explicou detalhadamente a situação econômica atual do Barcelona.
Ferran Reverter, diretor geral do Barcelona, apresentou ao Auditori 1899 o relatório com os resultados da 'Due Diligence' financeira do clube. Em sua primeira aparição pública, Reverter explicou em detalhes o estado real das contas da instituição barça.
Além disso, Reverter detalhou também os 481 milhões de euros de prejuízo na temporada 2020-21 e o orçamento de 5 milhões de euros de benefícios para a temporada 2021-22 que deverá ser aprovado na Assembleia de Sócios de Compromisso no dia 17 de outubro.
Desta forma, o CEO do clube 'culé' iniciou sua declaração: “Tem sido bastante difícil encontrar a documentação. Devido à mudança de juntas, houve alguma rotação e alguns emails foram apagados, passados 90 dias, por isso faltavam informações. A tarefa foi muito trabalhosa".
“Analisamos os resultados, o encerramento da temporada 2018-19, a temporada 2019-20... Enfatizamos a situação do clube em março, quando chegamos. E, como esperado, encontramos um patrimônio negativo. Encontramos fluxo de caixa operacional nulo, então tínhamos dificuldade para quitar a folha de pagamento. A dívida e os compromissos futuros eram de 1,35 bilhões de euros, então tivemos que fazer um refinanciamento urgente. Nossa diretoria preparou um plano estratégico de viabilidade para salvar o clube, pagar os salários dos trabalhadores... ", acrescentou.
Além disso, Reverter quis falar sobre o estado do Camp Nou: “Um dos objetivos era transformar a dívida de curto em longo prazo. Houve também quebra de compromissos com bancos, repartições da LaLiga, UEFA e Estatutos, o que nos limitou o registro de jogadores. Além disso, as instalações do clube estão muito deterioradas, o Camp Nou apresentava mais de 900 patologias que inviabilizaram a abertura do estádio na fase final da temporada passada. Previa-se a conclusão do Camp Nou em 2021 com um orçamento de 600 milhões de euros. Já foram concluídos 35 estádios na Europa com um orçamento médio de 900 milhões de euros, mostrando que o valor inicial era inviável”.
“Tem faltado controle e governança. Um clube parado e com muita dificuldade de operar e em abril teve que parar porque não havia dinheiro em caixa. Há uma série de resultados anteriores que forma impactados por operações não recorrentes : a venda de Neymar, a operação Cillessen-Neto e a operação Arthur-Pjanic. A operação Arthur-Pjanic custou ao clube cerca de 8,5 milhões. Se isolássemos essas três operações, os gastos teriam crescido exponencialmente até 55%. Antes de começar sua obra mais importante da história (o Espai Barça), o clube já estava perdendo dinheiro", continuou.
Ferran Reverter fecha seu discurso com um balanço final: "O fechamento da temporada 2020-21: 631 milhões de receita e 1,136 bilhões de despesa. O impacto da COVID é de 92 milhões de euros de acordo com os critérios da LaLiga. No balanço: Devemos muito mais (1.482 ) do que temos (259) ou do que nos devem (772)".
"O Barça teve muitas crises ao longo da história, mas sempre superou. Esta diretoria tem um plano, quer fazer com que o Barça continue a ser o melhor clube. O Barça tem de continuar apostando no que o tornou grande. Temos três pilares: à La Masia e ao estilo do Barça devemos agregar a excelência esportiva e a alta performance, bem como a modernização das nossas instalações. Espai Barça é crucial para o Barcelona. E, finalmente, procurar novas receitas, as quais obteremos com foco nos nossos torcedores em todo o mundo. Temos mais de 400 milhões de fãs, somos o número 1. Temos que conhecê-los e mudar a forma como interagimos com eles. Tudo isso tem que ser feito com sustentabilidade. Se fizermos tudo isso, vamos recolocar o Barça no lugar que merece", acrescentou Reverter.