Ninho do Urubu: Com pendências financeiras, Flamengo faz "malabarismo" em 2018
Após grande investimento em futebol nos últimos anos, clube precisa ser mais comedido nos gastos para equilibrar as contas no ano.
Após grande investimento em futebol nos últimos anos, clube precisa ser mais comedido nos gastos para equilibrar as contas no ano.
O Flamengo sempre teve uma política de contratações baseadas em jogadores que chegavam por oportunidade ou com contrato livre. Vez ou outra, mesclava com promessas, onde fazia o investimento a longo prazo, financiado o pagamento e esperando retorno, como Mugni e Mancuello. Porém, nestes últimos dois anos, essa modalidade tem se invertido. Após Diego e Guerrero, que ficaram livres e se tornaram peças acessíveis, a diretoria passou a gastar investindo pesado. Só que a conta chegou em 2018.
Com um elenco caríssimo, a diretoria Rubro-Negra vem encontrando muitas dificuldades em conseguir atuar no mercado de contratações. Isto porque, no ano que passou, o Flamengo foi o segundo clube quem mais investiu no seu plantel, cerca de R$ 38 milhões só em atletas vindo de fora do Brasil.
E estes valores ainda sofrem grande reajustes devido a luvas e cláusulas que são negociadas ao longo dos meses.
Para piorar, há ainda diversas outras pendências financeiras. Mesmo já estando longe do clube desde o início da temporada passada, Marcelo Cirino ainda causa despesas. No começo de 2018 começa o pagamento a Doyen pelo jogador, algo em torno de R$ 15 milhões, que foi investimento em 2015, quando contratado junto ao Atlético-PR. Os dois envolvidos tentam negociar tais valores.
Segundo balanços, o Flamengo terá que arcar com aproximadamente R$ 75 milhões nos próximos três anos com tais tipos de contratações, juntando pagamentos, salários, luvas e encargos. Isso vem refletindo no planejamento atual, onde há uma espécie de "malabarismo" para não se fazer mais altos gastos em valores e, assim, equilibrar a balança futura, algo que essa diretoria fez bem nos últimos anos.
Para isso, além de não empreender altas cifras, o clube tenta aliviar a folha salarial para encaixar novos atletas. Entretanto, há jogadores com vencimentos altíssimos e que não têm futuros definidos, ainda esbarrando para serem repassados a outros times pelo mesmo motivo. Casos de Mancuello e Muralha (R$ 300 mil), além de Vaz e Gabriel (R$ 200 mil).
Nem de longe o Flamengo vive uma crise financeira ou desordem nas contas, como aconteciam em gestões passadas que se investia e jogavam o problema para futuros gestores. Mas agora a cautela é a principal moeda para contratar. E internamente já se sabe o que na torcida é conhecimento desde 2016: o investimento foi feito, chegou a hora do retorno.
Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.