O 'Fator Flamengo' nas boas novas da seleção brasileira de Tite

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O 'Fator Flamengo' nas boas novas da seleção brasileira de Tite. AFP

A vitória sobre o Peru teve alguns toques, tanto individuais quanto em estrutura, do rubro-negro de 2019

A seleção brasileira venceu o Peru por 2 a 0 e segue 100% nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Venceu, mas não convenceu. O time mostra qualidades mas está longe de encantar e a sensação, em meio à falta de comparação com outros selecionados europeus, é de que ainda não estaria pronta para chegar ao Qatar com força para disputar o título.

Neymar, ainda fora de ritmo, foi protagonista contra os peruanos por três motivos: a assistência, o gol que fez dele o maior artilheiro do Brasil nas Eliminatórias, e o desabafo às críticas que vem recebendo. Tudo isso reforça a sensação do “bom que não convence”. Mas se tem alguém que começa a convencer Tite, este parece ser Everton Ribeiro. E em meio ao crescimento do meia com a camisa canarinho também foi possível identificar um ‘fator Flamengo’ nas novidades boas apresentadas pelo selecionado nacional.

Everton Ribeiro, individualmente, é o maior deles. O meia fez o único gol da vitória sobre os chilenos e aproveitou o passe de Neymar para abrir a contagem diante dos peruanos na última quinta-feira (09). Nos seus últimos seis jogos com a seleção, o flamenguista balançou as redes três vezes. Antes disso, jamais havia deixado sua marca representando o Brasil. Mas Everton não se limita aos gols: tem dado fluidez na construção e criação de jogadas, justamente um dos pontos em que a equipe de Tite mais vinha precisando de melhora.

Este fator Flamengo também esteve presente, contra os peruanos, pelo bom entendimento de Everton Ribeiro com Gerson (hoje no Olympique de Marseille mas que meses atrás estava no clube carioca) e Gabigol, seu companheiro de clube. Everton também conhece Lucas Paquetá, outro ex-Flamengo (atual Lyon), embora a interação por passes não chame a atenção pelo fato do primeiro estar jogando aberto pela direita enquanto o segundo passou a ser escalado pela esquerda.

Na vitória por 2 a 0 sobre o Peru, até mesmo a estrutura usada por Tite chegou a relembrar um pouco a versão 2019 do Rubro-Negro. O time de Jorge Jesus alternava muitos desenhos táticos, mas era possível traçar o 4-1-3-2 como base em seus melhores momentos. Nele, Willian Arão era o meio-campista mais recuado enquanto Gerson jogava circulando mais a seu lado; Everton Ribeiro ficava pelo flanco direito auxiliando Gabigol no ataque, com Gabigol se movendo tendo em Bruno Henrique alguém que caía pela esquerda mas que também lhe fazia companhia como dupla de ataque.

O Brasil de Tite esteve numa espécie de 4-1-3-2 na Arena Pernambuco. Casemiro era o meio-campista mais recuado, tendo Gerson ao seu lado mais livre para avanços na hora de construir jogadas; Everton Ribeiro foi destaque pelo lado direito e Gabigol fez dupla de ataque com um Neymar que, embora mais perto do gol, também seguia caindo pela esquerda. Impossível não fazer algum tipo de comparação.

A boa notícia para a seleção foi que a equipe de Tite demonstrou uma fluidez interessante jogando assim. A notícia com sabor agridoce para os torcedores flamenguistas é que Everton Ribeiro e Gabigol, pelo visto, seguirão sendo chamados para representarem o Brasil.

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