O que a Seleção Brasileira já apresentou no início do novo ciclo?

BeSoccer há 5 anos 677
Uma avaliação do novo ciclo da seleção. Goal

Capitão fixo, briga no ataque e busca por alternativas no esquema tático são algumas novidades da nova "era Tite" na Canarinho.

Depois da Copa do Mundo da Rússia, a comissão técnica da Seleção Brasileira deu início a um processo de renovação gradativa visando o Mundial do Catar, em 2022. O trabalho, que tem como objetivo o curto, médio e longo prazo, teve o seu primeiro grande teste na última terça-feira(16), na vitória por 1 a 0 sobre a Argentina, na Arábia Saudita. 

Este foi o quarto jogo da Seleção que soma quatro vitórias, no entanto, mais do que o resultado, o que Tite vem construíndo nesses jogos é o mais importante. Até aqui, o treinador mostrou como pretende oportunizar na equipe, mesclando a experiência com a juventude com o intuito de potencializar o desempenho dos atletas que estão chegando.

Nas primeiras convocações, ele optou por fazer testes e até deu oportunidade para jovens atletas que não vem atuando muito por seus clubes. Também mostrou que os veteranos serão importantes no processo de renovação gradativa da equipe. 

Logo no primeiro jogo da Seleção Brasileira depois da Copa do Mundo, o treinador anunciou uma decisão importante. Deixou de fazer o rodízio com a faixa de capitão e entregou a responsabilidade para um jogador: Neymar.

O camisa 10 foi escolhido pelo treinador que fez questão de explicar a decisão, deixando claro que estava passando uma responsabilidade para a liderança técnica da equipe e o jogador que, sem dúvida, vai guiar a Seleção até o Mundial do Catar. 

Apesar de algumas dúvidas sobre o certo ou erro em entregar a faixa de capitão para Neymar, mesmo depois de uma Copa do Mundo não tão boa assim, mostra que a intenção de Tite não foi premiar e, mas sim fazer com que o craque se concentre mais nas responsabilidades dentro de campo. 

Entre os jovens jogadores, quem mais ganha destaque é Arthur. O jogador do Barcelona encantou a comissão a técnica e foi até titular diante da Argentina, na última terça(16), confronto considerado uma "simulação" da Copa América, que acontece no ano que vem, no Brasil. Ou seja, se o torneio começasse hoje, provavelmente o meio-campoista estaria entre os titulares. 

Com bom porte físico, posicionamento, marcação e chegada ao ataque, Arthur ganhou terreno e saiu na frente numa disputa com Fred, do Manchester United. As boas atuações e a segurança indicam que o jogador tem um bonito caminho a seguir com a Amarelinha. 

Ainda que Tite esteja buscando uma renovação gradativa na Seleção, o treinador pode se dar ao luxo de ter um time base. São cinco jogadores que puxam a fila e lideram a equipe neste novo ciclo. No gol, Alisson é o titular, ainda que Ederson possa brigar um pouco mais pela vaga daqui para frente. Na zaga, Marquinhos é o dono da posição e espera por um companheiro. 

No meio-campo, Casemiro, como bem disse Arthur, já está consolidado, assim como Coutinho e o capitão e camisa 10, Neymar. Todos eles estiveram na Copa do Mundo da Rússia e estão em uma idade importante no futebol, além claro, de muita experiência. 

Se uma coisa começou quente neste novo ciclo foi a briga pelo ataque. Depois do baixo desempenho na Copa da Rússia, Gabriel Jesus passou a ser bem questionado e viu a concorrência de Firmino crescer. O jogador do Liverpool ganhou moral mas quando pensava que teria a vida facilitada Richarlison chegou. 

 

O atacante do Everton só foi convocado porque Pedro, do Fluminense, sofreu uma lesão e foi cortado. Tite decidiu então chamar Richarlison que aproveitou muito bem a oportunidade, não só dentro de campo como também fora dele. 

O marcou gols, deu velocidade e dinâmica a equipe, e se integrou muito bem com os veteranos na concentração. Simpático, ele ganhou moral e mostrou que está à disposição. Contra a Argentina, entrou muito bem, deu opções e teve duas oportunidades, mudando a cara do ataque brasileiro na partida. 

Diferente do que costuma fazer, Tite preferiu não divulgar a escalação para o confronto contra a Argentina, ele explicou e também afirmou que ainda não tem um esquema tático definido. O treinador vem buscando alternativas e fez várias modificações na formatação da equipe. 

Contra a Arábia Saudita, por exemplo, chegou a usar três formações ao longo da partida. Diante da Argentina, entrou em campo com algo inédito, dois atacantes. Na prática, no entanto, Gabriel Jesus acabou fazendo mais papel de ponta, e ficou um pouco prejudicado dentro de campo. Mas a verdade é que o treinador está buscando ter um leque de opções já que tem muito mais tempo de preparação. 

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