O Real Madrid será praticamente um mandante contra o anfitrião Al Jazira

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Real Madrid será dono da casa, ao que tudo indica. Goal

Mesmo atuando contra o representante do país-sede, 'Blancos' devem ter maioria no estádio.

No ano passado, o Mundial de Clubes estava prestes a ter uma surpresa desagradável para o Real Madrid. Os 'Blancos' passaram pelo América nas semifinais e, quando todos estavam esperando o Atlético Nacional na decisão, o Kashima Antlers eliminou os colombianos e entrou na luta pelo título. Um time menos conhecido no mundo, convidado como anfitrião por ter sido o campeão japonês, mas que colocou os 'Blancos' contra as cordas, impondo muitas dificuldades ao time de Zidane, impulsionado pelo calor de seus fãs em Yokohama. As músicas dos fãs japoneses na cabeça ainda resistem claramente.

Tanto é que Zidane não se esqueceu da equipe nipônica. "Lembramos o que aconteceu no ano passado. Não há partida fácil. E é ainda mais difícil, porque se você é o anfitrião e enfrenta o Real Madrid, quer fazer o jogo da sua vida", afirmou Zizou.

No entanto, não parece que a dificuldade contra o Kashima se repetirá nesta quarta-feira (13), em Abu Dhabi, na semifinal entre Real Madrid e Al Jazira. Ninguém acreditava que a equipe anfitriã poderia superar duas fases, dado que, como campeã dos Emirados Árabes Unidos, tem um nível certamente inferior ao dos campeões de suas confederações. O time, porém, venceu seus dois jogos por 1-0 e ganhou o direito de enfrentar o campeão da Europa. No entanto, esta façanha não penetrou completamente no país.

Na verdade, o Mundial de Clubes não penetrou na sociedade do país-sede. Não há clamor pelas ruas, nem por qualquer coisa, como aconteceu no Japão e no Marrocos nos últimos anos. Um dia antes da partida, um motorista de táxi com quem conversei nem sabia que o Real Madrid estava em sua cidade ou que ele estava jogando um campeonato lá. "Mas é o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e Zidane? E jogar contra o Al Jazira, daqui da cidade? De verdade?", indagou.

A cidade não é tão grande para algo assim escapar. O ponto é que é uma cidade e um emirado onde o futebol não é o esporte do rei. Apenas algumas dúzias de pessoas se juntam esporadicamente no hotel do Real Madrid, o Four Seasons - em uma área distinta da cidade. Pouco mais de vinte foram para o campus da Universidade de Nova York em Abu Dhabi para tentar ver o treinamento na terça-feira (aberto apenas à imprensa e por 15 minutos).

E o resto da sociedade não foi perturbado pelo Real Madrid ou pelo Mundial. Tal como acontece com o futebol no resto do ano. As temperaturas muito altas não ajudam o fã a ir aos estádios - a média de público nos jogos do Al Jazira, por exemplo, é de cerca de dois mil espectadores. Nem mesmo o futebol europeu é muito acompanhado, eles nos dizem, apesar de o governo local participar em clubes tão importantes quanto o Manchester City. Nesta situação, parece lógico que, se o cidadão de Abu Dhabi se aproximar nesta quarta-feira do Zayed Sports City Stadium, será para ver o Real Madrid. Um visitante que quase atuará como um mandante.

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