La Paz está a 3.600 metros de altitude e quem quer que pense que isso não pesa na condição física de um atleta, ainda que seja de elite, que experimente jogar uma bolinha durante uma meia hora.

Os efeitos que a altitude tem sobre o corpo humano são muitos e, portanto, devem ser considerados quando se faz uma crítica sobre a forma física de jogadores visitantes de cidades como a capital boliviana.

O corpo humano funciona 'melhor' ao nível do mar, onde a concentração de oxigênio o, O2, no ar é de 20,9% e a pressão atmosférica é de 1at, por definição. Para que tenham uma ideia melhor destes diferentes níveis, a disciplina 'Medicina de Montanha' estabelece três alturas ou regiões, segundo a quantidade de oxigênio no ar: 

- Grande altitude:1500-3.500 m.

- Muita alta altitude: 3500-5500 m.

- Extrema altitude: mais de 5500 m.

No mundo do alpinisto o nível superior a 8.000 metros é chamado de 'zona da morte', que é quando a pressão parcial de oxigênio não é suficiente para manter a vida.

Pois, bem, com esta mínima introdução, é de se notar que uma equipe visitante tenha suas condições físicas diminuídas em um ambiente climatológico menos favorável para o corpo humano. E a equipe local, pelo fato de contar com uma longa e frequente adaptação, conta naturalmente com este fator à seu favor numa disputa esportiva com equipes de fora.

No estádio Hernando Siles, a Seleção da Bolívia venceu a Argentina por 2 gols (de Arce e Martins) a 0, e causou surpresa, considerando a diferença técnica que existe entre ambas equipes, os seus escassos 7 pontos - resultado de 2 vitórias para a Venezuela e o Paraguai (empatou com o Equador) - e pela posição no ranking para a classificação da Copa do Mundo da Rússia de 2018: penúltimo lugar.

A Seleção argentina chegou a La Paz poucas horas antes da partida para minimizar os efeitos da altitude.

 

Bolívia está nas alturas com este resultado e viu acontecer o que o seu técnico desejou antes da partida, referindo-se ao mal estar por causa da altitude:

"Espero que possamos fazer com que os temores que eles [os argentinos] tem possa ser muito sentido".

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