Pelé, Juventus e o gol histórico na Javari

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Pelé, Juventus e o gol histórico na Javari. EFE

Há mais de 60 anos, Pelé fazia o gol mais bonito de sua carreira e criava a comemoração mais icônica da história do futebol.

Se você pudesse escolher apenas um gol de Pelé para ter visto ao vivo, no estádio, qual seria? É claro que opções não faltam dentre as mais de mil obras de arte do eterno camisa 10. Mas, certamente, um de seus gols contra a Juventus, na Rua Javari, em 1959, estaria entre os mais escolhidos. Além de ser considerado até hoje como um dos lances mais geniais do Rei do Futebol, não existem registros em vídeo sobre essa sequência de chapéus dentro da grande área que terminam com a bola no fundo da rede e soco no ar. 

A partida, entre Santos e Juventus, aconteceu no dia 2 de agosto de 1959, quando Pelé ainda tinha 18 anos. Apesar da pouca idade, o Rei já havia se tornado o jogador mais jovem a conquistar uma Copa do Mundo, a de 1958, na Suécia - na final do mundial, aquele menino de 17 anos também havia marcado um gol chapelando o zagueiro adversário dentro da área. 

Após a conquista, a primeira das cinco Copas do Mundo do Brasil, Pelé já havia ganhado a alcunha de Rei, como já era chamado pela imprensa e pelos torcedores. Mesmo assim, aquela tarde de 2 de agosto, na Rua Javari, não estava sendo muito fácil para o jovem. 

O camisa 10 santista dividiu uma bola com Pando, lateral esquerdo da Juventus, que acabou se machucando no lance e teve que deixar a partida. Como represália, os mais de sete mil torcedores grená passaram a vaiar Pelé a cada toque na bola. 

É claro que provocar o maior jogador de todos os tempos pode não ser uma atitude muito esperta, mas os xingamentos continuaram. Até que, em um determinado momento, as ofensas foram tantas que Pelé se virou para a torcida e fez um gesto com a mão, pedindo para que todos aguardassem o que estava por vir. 

Àquela altura, a partida já estava em 3 a 0 para o Peixe, com dois gols do camisa 10, mas ele queria mais. Já no final do jogo, aos 42 minutos do segundo tempo, Durval avançou pela lateral direita e cruzou para a área, na direção de Pelé. Os zagueiros da Juventus já naõ podiam fazer mais nada. 

Sem deixar a bola cair no chão, o Rei aplica uma meia lua no primeiro marcador, chapela o segundo, o terceiro, peteca a bola na direção do goleiro Mão de Onça, que pula para tentar tirar a bola, mas também termina chapelado. Gol vazio, bola na cabeça de Pelé e 4 a 0 no placar.

Depois do gol, que é considerado o mais incrível de sua carreira, Pelé, com raiva, sai correndo em direção à torcida e, como um desabafo, pula dando um soco ar. Ali nascia a comemoração mais icônica da história do futebol. E apesar do gol sofrido, os torcedores da Juventus também trocaram as vaias pelo aplausos, reconhecendo o talento de outro do mundo daquele garoto.

E apesar de toda genialidade e história presente no lance, não existem registros em vídeo sobre a obra de arte. Mesmo assim, após mais de 60 anos, a jogada continua ganhando reproduções. A mais famosa foi exibida no filme Pelé Eterno, em homenagem ao Rei. Esse foi um dos muitos presentes que Pelé deixou para o mundo do futebol.

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