Por que Dybala, Higuain, Di María e Aguero fracassaram ao lado de Messi na Argentina?

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Atacantes argentinos com fraco rendimento na Seleção. Goal

Seleção ainda busca classificação para o Mundial da Rússia em 2018 com grandes nomes no elenco.

É um enigma que confundiu e frustrou uma sucessão de treinadores e, em última análise, em quase todos os casos, lhes custaram empregos. Na última década, a Argentina se vangloriou de uma coleção de atacantes que não só invejaram muitas seleções, como também todos os clubes de futebol.

Lionel Messi, Sergio Aguero, Higuaín, Dybala, Angel Di Mária e agora Icardi são apenas alguns exemplos de jogadores acostumados a brilhar em seus clubes. Enquanto o camisa 10 do Barcelona é, sem dúvida, o maior de sua geração e que inspirou o clube espanhol a um sucesso sem precedentes.

Mas quando se trata em Seleção, esse talento inegável geralmente parece evaporar. O fracasso em resolver o enigma de por que os melhores atacantes do mundo não correspondem ao lado de Messi e Argentina, parece ainda ter um longo caminho para explicar o motivo, com apenas dois jogos para garantir a vaga no Mundial de 2018 - contra o Peru em casa, seguido do Equador fora -, com risco da Argentina perder a Copa desde 1970.

As estatísticas revelam as falhas. Argentina jogou quatro partidas em 2017 pelas Eliminatórias. Duas sob o comando de Bauza e mais dois com o novo treinador, Sampaoli. Nos confrontos cruciais, jogando em casa com o Chile e Venezuela, e fora contra Uruguai e Bolívia, marcaram apenas dois gols. Não menos de 366 minutos se passaram desde que Di maría completou a vitória por 3-0 sobre a Colômbia.

A situação é especialmente nova para Sampaoli, cujo estilo de alta pressão geram muitos gols. Depois de empatar com a Venezuela, o treinador se mostrou assustado com a incapacidade da sua equipe de vencer apesar de possuir dominação quase total.

"Ter tal superioridade e não ser capaz de vencer, irrita um pouco. Quando você tem 11 chances e não converte uma, as coisas ficam muito confusas", disse em setembro.

Confundir pode ser o termo certo para essa impotência na frente do gol. Com Messi e Dybala, a Argentina tem os melhores artilheiros da Liga e da Série A, enquanto um acidente de carro de Sergio Aguero pode tirar a artilharia da Premier League. Icardi, com seis, encontra-se entre os cinco melhores da Itália.

O quarteto possui 33 gols em 27 partidas até este início de temporada. No entanto, esses números podem ser enganadores. Todos os atacantes possuem os melhores criadores ao seu lado, algo que a Argentina não possui. Onde está o David Silva da Albiceleste? Pjanic ou Andres Iniesta?

A resposta é simples: esse jogador não existe. Apenas dois jogadores conseguiram mais de duas assistências: Alejandro Gomes e Aguero.

Di María, por exemplo, fez apenas 1,4 assistências por jogo para para o PSG até agora. Menos da metade das chances criadas por Silva ou De Bruyne, no Manchester City.

A falta de criação do meio-campo da Argentina é notável, forçando os treinadores a confiar nas suas estrelas que resolverão lá na frente. Isso obriga Messi, além disso, de correr e buscar mais o jogo.

No empate com o Uruguai em 0-0, Messi e Dybala pareciam incomodados com a presença do outro,ocupando os mesmos espaços. Mais adiante, Icardi poderia ter passado seu tempo no campo folheando uma cópia da nova autobiografia da esposa Wanda Nara, devido a escassez de serviço que recebeu na área.

Não existe Silva, Pjanic ou Arturo Vidal, que estão nas fileiras agora para resolver este problema. 

Se uma coisa foi comprovada nesta jornada para o Mundial, é isso: com Messi sozinho, mesmo ao lado de alguns dos melhores atacantes do mundo, a Argentina não tem o suficiente para chegar à Rússia, e muito menos pensar em levantar a Copa do Mundo em menos de um ano.

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Paulo Dybala
Á. Di María
Eliminatórias do Mundial - América do Sul