Um golpe perfeito

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Um golpe perfeito. EFE/Rodrigo Giménez

O Atlético de Madrid venceu o clássico contra o Real Madrid (3-1) em uma partida em que dissipou todas as dúvidas e reafirmou o caminho de Diego Pablo Simeone.

Um dérbi é um dérbi. Não importa o que aconteceu antes, não importa o que acontecerá depois. Vencer o grande dérbi da cidade é mais do que três pontos, é um impulso emocional que esse jogo dá.

O Atlético de Madrid sabe bem disso. Eles chegaram à partida em depressão, depois de perder para o Valencia e empatar com a Lazio. Mas jogar contra o Real Madrid é único, é especial. E cura todos os males.

O melhor Atlético da temporada; o pior Real Madrid do ano.

O Atlético sabe que para vencer o Real Madrid, eles precisam de um jogo praticamente perfeito. Eles só haviam vencido 1 vez nas últimas 12 vezes em partidas oficiais. Até este domingo, quando o Metropolitano viu uma equipe do Ancelotti mais irreconhecível do que nunca.

Ancelotti tentou ganhar a batalha no meio-campo e a perdeu nas áreas. No ataque, eles não tinham uma referência. Na defesa, eles estavam totalmente perdidos com Rüdiger e Alaba.

Foi aí que Morata soube jogar, o melhor jogador do dérbi e já o 'Pichichi' de LaLiga com 5 gols. Ele havia marcado apenas 1 gol nos 6 dérbis anteriores que jogou. Até este domingo. Morata marcou 2 gols. Porque sim. Morata provou no Metropolitano que é o atacante titular em relação ao seu reserva, um Joselu que precisa de mais ajuda de seus companheiros para marcar.

O Atlético queria mais e conseguiu. Aproveitaram as dúvidas de um Real Madrid que não soube jogar na espécie de 4-2-3-1 que planejou e, pela lateral de Lino - e de Lucas Vázquez -, eles apareceram para martelar o gol defendido por Kepa, que não é Courtois.

Lino foi um dos nomes próprios, assim como Morata. Assim como Saúl ou Griezmann. E é que os atacantes se sentiram muito confortáveis, como se estivessem jogando um amistoso ou um jogo contra um adversário de categoria inferior. E por meio da conexão Lino-Morata, junto com o erro de Alaba, chegou o primeiro grito no céu de Simeone.

Todos sabem que o principal problema do Real Madrid é o ataque, sem um atacante titular. Mas o que poucos esperavam é que ficassem expostos na defesa. Só assim, e com a inteligência de Griezmann, podemos entender que o francês tenha cabeceado totalmente sozinho um cruzamento de Saúl para marcar o segundo gol do Atlético de Madrid.

A besta adormecida começa a acordar.

Qualquer pessoa que esperasse que o Real Madrid se rendesse, não conhece o DNA branco. O Atlético, com medo, se recuou e permitiu que o Real Madrid chegasse. Com a bola, e no terço final do campo, os brancos se sentem mais confortáveis. Eles começaram a erodir a muralha vermelha e branca até encontrarem uma pequena brecha, o que permitiu a Kroos marcar um belo gol.

Não pode haver dérbi sem polêmica. E o Real Madrid reivindicou 2 lances decisivos antes do intervalo. Um deles, uma entrada de Giménez que poderia ter resultado em um cartão vermelho. O outro, um pênalti cometido por Rüdiger e um gol anulado a Camavinga por posição de impedimento do primeiro, o que era.

O começo confuso

Algo acontece com a equipe de Ancelotti no começo do jogo, o que torna difícil para eles estarem acordados. Se Morata marcou o primeiro gol aos 4 minutos do jogo, ele marcou o segundo no início do segundo tempo. O Real Madrid voltou a pecar pela fragilidade defensiva, com um treinador italiano que enlouqueceu e tentou cobrir com remendos todos os vazamentos.

Nada o Real Madrid pôde fazer no segundo tempo. Na verdade, foi o Atlético que teve as chances mais claras para até mesmo marcar o quarto gol. Apenas o gol livre de Brahim causou algum calafrio na torcida do Metropolitano, que viveu uma noite mágica para se reconectar com sua equipe.

O Real Madrid deambulou, sem sequer usar o orgulho para tentar diminuir a desvantagem. Eles já mostraram problemas contra o Union Berlin e os confirmaram contra um Atlético que passou da depressão para o otimismo. Tudo isso agradecendo ao Alberola Rojas o Real Madrid por não ter expulsado a Bellingham na penúltima ação de choque.

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