Artur Moraes chegou ao Benfica em 2011 e participou de um grupo que ajudou a recolocar os Encarnados no topo do futebol português, acabando com uma hegemonia de títulos do arquirrival Porto. Antes, havia defendido Cruzeiro, Roma e ajudou o modesto Braga a fazer história; depois, teve a responsabilidade de ser a principal contratação da Chapecoense pós-tragédia de 2016. Hoje, o goleiro de 37 anos vive os últimos momentos como jogador profissional.
3 de septiembre de 2017
Com vários projetos para o futuro, Artur rescindiu o seu contrato com o Desportivo das Aves e já iniciou a contagem regressiva para pendurar as luvas, embora ainda tenha a esperança de estender por mais alguns meses a sua vitoriosa carreira: “Eu coloquei como meta esperar até o dia 31 de setembro para aparecer algo que eu ache interessante, antes de fechar a janela, para eu acertar com algum clube e dar continuidade a essa minha última temporada. Mas se não aparecer vou estar encerrando”, revelou em longa entrevista para a Goal Brasil.
Neste primeiro bate-papo, o jogador que ajudou o Benfica a conquistar um total de oito títulos, incluindo dois campeonatos portugueses, além de dois vice-campeonatos na Europa League, falou também sobre outra aposentadoria: a de Luisão, zagueiro brasileiro que virou símbolo benfiquista e atleta que mais levantou taças no gramado do Estádio da Luz. Um jogador que, na opinião de Artur, tem um legado “imensurável” no clube e passou a incorporar tudo o que os benfiquistas querem ver representado.
“O Luisão é o Benfica hoje. E vai ser por muito tempo, porque aquilo que ele representa no dia-a-dia em termos de liderança, imagem, humanidade, relacionamento, uma série de coisas... é isso. É a mística benfiquista que tanto falam”, afirmou, deixando sempre claro a sua própria identificação com a equipe encarnada.
26 de septiembre de 2018
“O Benfica é a minha paixão”, disse com tranquilidade, enquanto assistia ao duelo contra o Chaves (que terminou em 2 a 2) pela sexta rodada do Campeonato Português. A relação de amor começou em 2011, e em sua primeira temporada ele ajudou o clube a chegar até as quartas de final da Champions League, sendo eliminado apenas pelo Chelsea – que seria o campeão naquela edição 2011-12.
Artur estava em seu auge. Dentre os goleiros que disputaram um mínimo de 10 partidas, teve aproveitamento em defesas (72.2%) menor apenas ao de lendas como Manuel Neuer (79% de sucesso nas intervenções), Iker Casillas (80%) e Petr Cech (82.8%). Por isso mesmo, não seria absurdo imaginar vê-lo receber ao menos uma chance na Seleção Brasileira naquela época. O arqueiro, entretanto, não ficou surpreso por não ter sido chamado e revelou uma opinião forte em relação à equipe canarinho.
9 de febrero de 2015
“Não existe mais Seleção Brasileira, existe a CBF. A Seleção não existe há muito tempo. No meu auge, pelo Benfica, cheguei às quartas de final de Champions League, era o único brasileiro (goleiro a chegar tão longe naquela edição), e não fui convocado”, disse. “O Fábio (do Cruzeiro) é o melhor goleiro do Brasil e não é convocado. Não existe Seleção Brasileira, e sim os interesses da CBF".
Independente de qualquer coisa, o que não falta a Artur são lembranças boas no futebol. E, acredite, ele tem história pra contar.