Bando de Loucos - Tática: Evoluímos ou Regredimos?

Por Luís Butti, de São Paulo
Não é de hoje que posto aqui na Goal.com que, a exemplo do Milan de Sacchi na Itália ou do Ajax de Cruyjff na Holanda, o Corinthians é expoente da tática no Futebol Brasileiro, tornando-se discussão internacional. Sempre mantendo um padrão de posse de bola, passe ou contra-ataque letal, o Corinthans mantém seu DNA vencedor, seja com Tite, Mano e agora, Fábio Carille. Quase dez anos de assinatura tática, que quem vê em qualquer lugar do mundo, sabe de que time se trata.
Paralelo ao sucesso de Carille, também está acontecendo dois fatos de discussão internacional: o retorno das grandes ligas européias com seus super-técnicos como Guardiola, Mourinho, Zidane, Simeone, Conte, Ancelotti e cia, e também o triunfo de Tite na Seleção Brasileira resgatando o Futebol-Arte de outras décadas.
O que se torna inevitável as comparações (algumas exageradas, outras extremamente plausíveis) entre o Futebol Brasileiro de 2017 e os clubes europeus.
Primeiro, queria deixar claro o que acho de todo este cenário: Acho que estamos sim, bem atrás dos europeus taticamente, mas após a vinda de Tite para a Seleção, estamos subestimando demais o Futebol Brasileiro e superestimando demais o Futebol Europeu. A distância da Copa 2014 para o segundo semestre de 2017 caiu de uma forma absurda.
Tite na Seleção, a partir do momento que convoca atletas atuando aqui, fez com que os atletas e times brasileiros aprendessem a jogar em linhas, como atuar bem tendo a bola e como ser letal sem a bola. Este terceiro, o time de Carille vem fazendo com certa perfeição. Acho que o nosso problema mais crônico é montar os times em linhas menos ortodoxas, e atacar/defender sem sair do prumo.
Exemplo: a gente vê com perfeição times europeus fazerem linhas de 3 e de 5 na defesa, e as mesmas se alterarem quando estão com ou sem a bola. O Corinthians enfrentou um Santos no Paulistão que tentou, sem sucesso um método similar. Ainda apanhamos um pouco neste aspecto.
Mas evoluímos. Evoluímos no jeito de pensar, de armar o jogo e em jogadas individuais. Acho que nosso ponto fraco é defender em linha. As linhas dos times brasileiros são facilmente quebradas quando uma equipe que ataca de forma diferente triunfa. O próprio Corinthians, num Futebol que dá a bola pro adversário é um exemplo claro disso.
Ainda não estamos no nível dos europeus, mas reduzimos muito a distância do abismo do 7x1. E o Corinthians contribuiu muito pra reduzir o hiato.