O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) castigou Luís Filipe Vieira com 67 dias de suspensão.
A sanção surge no seguimento das queixas do Sporting CP, que não gostou das declarações do presidente das 'águias'.
Antes do clássico da última temporada, disputado em Alvalade a 22 de abril, entre os dois 'grandes' de Lisboa, um adepto 'leonino' foi morto junto ao Estádio da Luz, o que levou Bruno de Carvalho a convidar Vieira para a assistir à partida, que terminou empatada a uma bola, no camarote presidencial do recinto 'verde e branco'.
Além de ter recusado o convite, o líder 'encarnado' respondeu: "Há 15 ou 16 anos os benfiquistas tiveram um demagogo, um populista e um mentiroso compulsivo que nos arrastou para uma situação muito dramática. Felizmente soubemos unir-nos em volta da instituição e soubemos recuperá-la e trazê-la para onde ela hoje. Deu-nos muito trabalho e por isso quando recebi aquela carta, recordei-me muito desses tempos. É fácil hoje continuarem no futebol populistas, demagogos, mentirosos compulsivos e isso um dia mais tarde vão dar-me razão".
As palavras de Vieira não caíram nada bem em Alvalade, pelos que os 'leões' fizeram entrar uma queixa no CD, que terminou em castigo para o dirigente do Benfica.
Além da suspensão, Vieira foi multado em 3.902 euros (cerca de 14.8 mil reais na cotação atual).
Entretanto, o Benfica já anunciou que vai recorrer da decisão, através do seguinte comunicado:
"O Sport Lisboa e Benfica considera totalmente inadequado, desajustado e injusto o castigo hoje aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao presidente do Sport Lisboa e Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, pelo que de imediato adotará os procedimentos adequados no sentido de recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, no exercício das suas legítimas funções e do seu livre direito de expressão, entendeu dar resposta a um conjunto de permanentes e reiteradas declarações ora demagógicas, ora falsas, e na maioria dos casos eivadas de intoleráveis insinuações.
E não é admissível qualquer tipo de interpretação que não tenha em conta o contexto e a necessidade de legitima defesa onde essas declarações se inseriram.
Destacamos nomeadamente as falsas declarações de um presidente de uma instituição que inventou publicamente uma conversa que nunca existiu e que, posteriormente desmentido, veio afirmar que afinal estava a ironizar, facto que omitiu quando fez tais declarações.
Não se deixa de estranhar a existência desta sanção sustentada num Acórdão cujos argumentos estão em flagrante oposição à mais recente jurisprudência do Conselho de Disciplina.
Esta iniciativa sancionatória é tanto mais surpreendente quando se tem assistido a campanhas difamatórias do bom nome do SL Benfica e dos seus agentes, e a discursos cujo nível de linguagem é baixo e desprestigiante para as competições desportivas, em que não são conhecidas quaisquer sanções.
O SL Benfica saberá interpretar esta sanção e agirá em conformidade sem descer ao nível daqueles que vêm desafiando e desrespeitando as decisões da justiça desportiva".