Brasil em queda livre: sem futebol, com Dorival sob pressão e rezando por Neymar

Aqui estão cinco pontos-chave para o momento ruim da pentacampeã mundial:
1. Mais recordes negativos
Depois de um 2023 em que terminou com mais derrotas (5) do que vitórias (3), pela primeira vez em 60 anos, o Brasil também não consegue se firmar neste ano. A primeira grande decepção foi na Copa América, nos Estados Unidos, onde foi eliminado nas quartas de final, com três empates e apenas uma vitória, justamente contra o Paraguai, seu algoz de terça-feira, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
No Estádio Defensores del Chaco, a Seleção Brasileira viu sua invencibilidade de 16 anos contra o Paraguai, ser quebrada. A última derrota havia sido em 2008, nas eliminatórias para a Copa de 2010, quando perdeu por 2 a 0.
Desde o Mundial de 2002 - o último vencido pelo Brasil - a seleção só perdeu 9 de 79 partidas de eliminatórias sul-americanas, segundo BeSoccer Pro. O mais preocupante é que quatro dessas derrotas ocorreram no caminho para o Mundial de 2026: contra Uruguai (2 a 0), Colômbia (2 a 1), Argentina (1 a 0) e Paraguai (1 a 0).
2. Dorival, sem soluções
Desde a Copa do Catar, três técnicos passaram pelo comando da Seleção: Ramon Menezes, Fernando Diniz e, desde janeiro deste ano, Dorival Júnior. O otimismo gerado pelos seus dois primeiros compromissos — vitória contra a Inglaterra (1 a 0) e empate com a Espanha (3 a 3) — foi dissipado na Copa América e desmoronou diante do Paraguai.
As críticas ao estilo de jogo e à falta de soluções são cada vez mais frequentes. No portal esportivo da Globo, o mais influente do país, já se discute abertamente a necessidade de contratar um técnico estrangeiro.
3. Vini não assume a liderança
Vinícius Júnior, apontado como líder da equipe na ausência de Neymar, ainda não conseguiu se destacar com a camisa da seleção. Ele não chega nem perto da sua melhor versão, a mesma que o levou a conquistar duas Champions league, em três anos, pelo Real Madrid.
Em 34 jogos e 50 convocações pela seleção, Vini marcou apenas cinco gols. Considerado um dos favoritos à Bola de Ouro, ele admitiu a má fase em Assunção: "Não podemos vir aqui, perder esses pontos e jogar dessa maneira. É um momento difícil, temos que assumir as críticas e voltar, o quanto antes, a colocar o Brasil no topo novamente."
4. Falta de criatividade no meio-campo e ausência de um 'matador'
O meio-campo do Brasil é um dos grandes problemas, incapaz de criar chances claras para os atacantes. Bruno Guimarães e Lucas Paquetá, titulares de Dorival, não se conectam. André, João Gomes e Gerson também não corresponderam nesta convocação. Falta liderança, e Casemiro está fora do elenco.
Além disso, o Brasil continua sem um centroavante de confiança. Rodrygo não se adapta à posição de '9' e Endrick ainda demonstra inexperiência para assumir tal responsabilidade.
5. Esperança em Neymar
Todas as esperanças estão depositadas no retorno de Neymar, afastado desde o rompimento do ligamento cruzado do joelho esquerdo há um ano. O retorno do craque estava previsto para este mês, mas parece que só acontecerá em novembro. Isso significa que o Brasil jogará sem ele em outubro, contra Chile e Peru, e possivelmente também nos dois últimos jogos do ano, contra Venezuela e Uruguai.