Em 2019 o Corinthians possui a segunda pior média de gols por jogo na comparação com os demais 20 times do Brasileirão – somente o São Paulo (0.96) fica atrás dos 1.06 tentos que a equipe de Fábio Carille costumeiramente faz a cada duelo. O diagnóstico inicial é de que falta poder de criação no time, uma vez que Mauro Boselli e Vagner Love seriam nomes disputados por qualquer equipe em busca de um fazedor de gols. Pensando em como corrigir o problema, o Timão foi buscar no Fluminense uma engrenagem para fazer o seu ataque, enfim, rodar da forma como se imaginava: Everaldo.
Afinal de contas, falta um intermediário para ajudar a melhorar este número muito aquém do esperado para o campeão paulista. Foi algo que mais uma vez ficou evidente na pobre atuação contra o Flamengo, que bateu a equipe de Carille por 1 a 0 no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. No estádio de Itaquera, na última quarta-feira (16), a impressão foi de que os cariocas poderiam ter saído até mesmo com um resultado melhor. Tendo menos a bola (42% de posse), é preciso ao menos aproveitar ao máximo as chances que aparecem e o Timão acertou somente duas finalizações na direção da meta rubro-negra.
Everaldo, pernambucano de 24 anos, chega como mais uma opção para a ponta-esquerda, onde Clayson é titular. Jogador que confia e tem a confiança de Fábio Carille, o camisa X chegou até mesmo a atuar improvisado como armador, atrás de Vagner Love, em alguns momentos durante o empate sem gols contra o Grêmio, pela quarta rodada do Brasileirão.
“Eu mudei um pouco a forma de jogar pela dificuldade que estávamos tendo. Adiantei os dois laterais porque a bola não estava chegando e coloquei o Clayson mais por dentro, para trabalhar como um armador. Foi uma questão de jogo”, afirmou Carille após o duelo contra o Tricolor Gaúcho.
Clayson já deixu a ponta-esquerda para atuar centralizado em 2019 (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)
Em seu elenco o Corinthians conta com alguns meias de criação, daqueles que chegam mais na área para darem o último toque ou arrematar a gol. Jadson, Mateus Vital, Pedrinho, Renê Júnior... por razões diferentes nenhum ainda entregou o que o time precisa. Sornoza, equatoriano que, assim como Everaldo, também chegou do Fluminense, foi o que mais somou assistências até aqui: foram nove (cinco no Paulistão, três na Copa do Brasil e uma na Sul-Americana). Contudo o camisa 7 vem atuando mais recuado no meio-campo.
Como já defendeu o Flu na Copa do Brasil e Sul-Americana, Everaldo só poderá jogar o Brasileirão pelo Corinthians em 2019
Ponta-esquerda que ataca o adversário com velocidade e drible, Everaldo fez uma parceria tão boa quanto de curto prazo com o atacante Yonny González no Flu: três de suas seis assistências foram para o colombiano. Ainda é uma das maiores parcerias de ataque na atual temporada (no momento em que este texto foi publicado, perde apenas para os quatro passes que Bruno Henrique deu para Gabigol estufar as redes no Flamengo). A esperança é que ele faça isso também no Corinthians, seja com Boselli, Love ou quando Gustagol voltar de lesão.
Mas, acima de tudo, Everaldo chega ao Corinthians - após ver o seu contrato com o Tricolor das Laranjeiras terminar - como opção para alternativas que Fábio Carille possa vir a pensar. E se conseguir demonstrar um bom desempenho em outras posições do campo, melhor ainda.
“Preciso de jogador de profundidade, que quebre marcação. Estou tirando mais do Mateus, do Pedrinho. O Everaldo é isso. Com isso eu passo a sonhar com várias coisas, como o Clayson por dentro, com o Everaldo aberto. Só vi ele jogar lá, talvez ver se joga em outros lugares”, destacou o treinador corintiano ao falar sobre a sua expectativa em relação ao novo contratado, que não chega como salvador de todos os problemas ou para mudar o time de patamar... mas em meio a tamanha dificuldade para criar chances de gol, a esperança de que algo pode melhorar é sempre bem-vinda.