Contra o Liverpool, Neymar repetiu a receita da Copa: tentou, mas seguiu a decepcionar

A imprensa francesa não poupou críticas à exibição de Neymar na derrota por 3 a 2 do Paris Saint-Germain para o Liverpool, nesta terça-feira (18), na estreia de ambos na Champions League 2018-19, e lhe atribuiu notas baixíssimas.
Talvez seja um exagero, como tudo o que cerca Neymar. Afinal de contas, o camisa 10 do PSG não deixou de tentar. Foi, por exemplo, quem mais criou oportunidades para a sua equipe (4), trocou passes no campo de ataque (32) e quem mais participou de disputas pela bola (18).
Foi também o autor da assistência para o gol de empate feito por Kylian Mbappé, e nenhum de seus companheiros arriscou número maior de finalizações (duas, sendo uma na direção da meta defendida pelo compatriota Alisson) contra o Liverpool.
O problema é que para um jogador como Neymar não basta apenas tentar. Tem que fazer e resolver.
Isso ficou evidente na Copa do Mundo de 2018, quando foi líder em todos os quesitos ofensivos do Brasil e, mesmo assim, não era considerado o melhor do time. Porque ainda que fosse (disparado) o de maior habilidade, não decidia ou encantava no patamar das expectativas geradas pelo que ele mesmo já fez.
Se fosse possível apagar o ‘cai-cai’ que o transformou em piada mundial, Neymar teria feito uma Copa apenas boa. Muito pouco para um craque de sua qualidade, mesmo considerando a lesão em seu pé.
Jogando a Ligue 1 Neymar não terá pela frente adversários do mais alto nível, porque não há equipe na França que se equipare ao PSG. Os grandes desafios virão apenas na Champions League, e se quiser voltar a ser cogitado no grupo dos maiores craques da atualidade será preciso fazer mais: tentar é o básico.
Um craque como ele precisa decidir, seja em Anfield, Santiago Bernabéu ou qualquer lugar. Pois foi essa a expectativa que ele mesmo acabou depositando em seu nome, e se ela deixar de existir será o indício mais claro de que o sonho para se transformar no melhor do mundo ficará cada vez mais distante.
Sorte dele e do PSG que ainda há muito caminho para trilhar nesta temporada europeia.