Cruzeiro completa centenário com pouco a comemorar

Há 100 anos, existe um grande clube na cidade de Belo Horizonte. Em 2 de janeiro de 1921, era fundado o Palestra Itália, que hoje leva o nome de Cruzeiro Esporte Clube. Ao longo deste centenário, o time celeste se consolidou como uma das principais equipes do Brasil, mas nesta data especial há pouco a comemorar.
Rebaixado à Série B do Brasileirão em 2019, o clube se afundou em uma imensa crise financeira, política e ética. Diferente de outros grandes foram para a segunda divisão nacional mas logo no ano seguinte voltaram à elite, o Cruzeiro não conseguiu o acesso e passará o centenário brigando para voltar para a Série A.
Com poucos recursos e muitas dívidas a pagar, o presidente Sérgio Santos Rodrigues já adiantou, em entrevista ao Estadão, que o orçamento de 2021 será ainda mais modesto em comparação com o ano passado. "Renegociando contratos, contratando com salário menor, alguns jogadores vão sair. Teremos de ser assertivos, mas agora não entrarei na temporada com a coisa andando", disse.
Após um 2020 conturbado, com dívidas crescendo, embora o clube trabalhe para quita-lás, quatro trocas de treinadores, perda de pontos na Série B e flete com o rebaixamento à terceira divisão, o centésimo ano do Cruzeiro começa com pouca festa e com muitos desafios.
Além de retornar à primeira divisão, outro grande foco do clube é reduzir o rombo financeiro. Com a maior dívida entre os clubes brasileiros, o débito da Raposa era calculado em quase 1 bilhão de reais em meados de 2019. Hoje, calcula-se que o Cruzeiro deve cerca de 750 milhões de reais.
Se Piazza, Nelinho, Dirceu Lopes, Raul, Marcelo Ramos, Alex, Edu Dracena, Sorín e tantos outros ajudaram a escrever uma bela história de títulos e momentos inesquecíveis, Fábio parece ser o grande nome desta reconstrução. Titular do gol cruzeirense desde 2005, o ídolo já está com 40 anos e depois de viver momentos gloriosos com a camisa celeste, quer recolocar o time na primeira divisão antes de pendurar as luvas.
Passar dois anos na Série B, no entanto, não diminui a importância e relevância do time celeste no cenário nácional. Campeão de tudo, o Cruzeiro é querido por mais de nove milhões de torcedores que sonham com a volta do "grande campeão" descrito no hino. E que as "páginas heróicas e imortais" ganhem capítulos de glórias na sequência desta rica história de 100 anos.