Daniel Alves concede entrevista: "Não sei se ela tem a consciência tranquila, mas eu a perdoo"

Dani Alves está há cinco meses na prisão. A justiça decidiu mantê-lo preso devido a uma suposta agressão sexual e ao alto risco de fuga. Até agora, ele só havia falado nos tribunais, mas isso mudou.
O jogador concedeu uma entrevista ao jornal 'La Vanguardia'. A jornalista Mayka Navarro foi até lá para conversar com Dani Alves.
No trecho publicado pelo veículo, o jogador explica por que decidiu quebrar o silêncio. "Quero pedir desculpas à única pessoa a quem devo, que é minha esposa, Joana Sanz. Já pedi desculpas pessoalmente a ela, mas devo fazê-lo publicamente porque a história é pública e ela merece. Agradeço tudo o que ela está fazendo por mim", comentou.
Sobre a noite em que a suposta agressão sexual à denunciante ocorreu na discoteca Sutton, Alves diz o seguinte: "O que aconteceu e o que não aconteceu lá dentro, só nós dois sabemos".
E ele relatou o que aconteceu, segundo o seu ponto de vista: "Mal conversamos, eu sugiro irmos ao banheiro porque estávamos dançando muito próximos um do outro. Não nos beijamos nem nada, mas era evidente que havia atração. Estávamos em um local público e, embora o meu amigo tenha ficado na frente para evitar que tirassem fotos, eu sugiro irmos ao banheiro. Digo a ela que entrarei primeiro e a esperarei".
O jogador explicou que a moça demorou e ele pensou que ela não entraria, quando finalmente o fez. "Ela entrou, eu me afastei. Não fechei a porta com o trinco porque sabia que o meu amigo estava do lado de fora para que ninguém entrasse. Ele sabia o que estávamos fazendo", comentou.
Ele afirmou que "nada" do que a denunciante conta "é verdade". "A questão é com a consciência dela. Ela nunca me disse para parar ou fez um gesto para querer ir embora. A porta ficou aberta o tempo todo, ela poderia ter ido embora porque eu permaneci sentado praticamente o tempo todo no banheiro", apontou.
June 21, 2023
Ele não sabe como as impressões digitais da vítima chegaram ao espelho e à pia: "Não sei em que momento ela tocou nesses lugares. Mas nada dos movimentos que ela relatou que a forcei a fazer é verdadeiro. O arranhão é porque ela ficou de joelhos enquanto fazia sexo oral em mim. Não há uma única marca no seu corpo que explique a violência com a qual ela diz que eu a movi no banheiro".
"Naquela madrugada, quando a mulher com quem tenho o problema saiu do banheiro atrás de mim, fiquei um tempo perto da minha mesa. Estava com o meu amigo Bruno e outras pessoas se aproximaram antes de eu ir embora. Quando saí da discoteca pelo corredor de saída, pelas imagens que vi, passei perto de onde a mulher estava chorando. Eu não a vi. Se a tivesse visto chorando, teria parado para perguntar o que estava acontecendo", explicou.
Ele assegura que ninguém lhe contou o que estava acontecendo ao sair: "Naquele momento, se algum responsável da discoteca tivesse me pedido para esperar porque uma jovem afirmava que eu a agredi sexualmente, eu não teria ido para casa. Naquela mesma noite, fui a uma delegacia esclarecer o que aconteceu."
"Saí da Sutton tranquilo. Cheguei em casa e tomei banho porque a minha esposa estava dormindo e eu estava envergonhado pela minha infidelidade. Me ensaboei com raiva e deitei em outra cama. Eu estava voltando para o México e li em algum meio de comunicação que uma jovem acusava Dani Alves de agressão sexual. Liguei para minha advogada, ela consultou os Mossos e os tribunais. Ela me assegurou que não havia denúncia e que eu podia viajar, por isso fui", prosseguiu.
O jogador está magoado com a forma como agiram na discoteca. "Eu conheço todos eles, vou lá desde 2008. Eu pensei que eles gostavam de mim, de verdade. Nenhum deles pode dizer que, ao longo desses anos, eu tenha protagonizado sequer um incidente, um único problema naquela casa. Nenhum. Meu comportamento sempre foi exemplar. E é por isso que, conhecendo-os há tantos anos, ainda não entendo como agiram naquela madrugada", apontou.
E sustenta que o que aconteceu naquela noite foi consensual e envia uma mensagem à denunciante: "Eu não sei se ela tem a consciência tranquila, se dorme bem à noite. Mas eu a perdoo. Eu apelo à sua consciência. Não houve uma única noite em que eu não tenha dormido tranquilo, nem uma. Eu nunca causei danos intencionalmente a ninguém. Naquela noite, também não."
'La Vanguardia' informou que irá publicar trechos da entrevista ao longo do dia. Dani Alves falou claramente sobre o ocorrido naquele dia, seis meses após os acontecimentos.