Chegar ao futebol profissional é algo que muitos poucos conseguem. A carreira começa muito cedo e aqueles que possuem talento chamam logo atenção, mas isso não basta.
Pety era uma dessas jovens promessas. "Um empresário viu um vídeo que meu pai postou no YouTube, na época eu tinha 8 ou 9 anos, e me trouxe com minha família para um teste no Olé Brasil, time de base aqui de Ribeirão Preto. Ele gostou do meu futebol, e joguei entre três e quatros anos no clube", disse ao 'UOL Esporte'.
Daí ele chegou ao Cruzeiro e recebeu um telefonema do Betis, da Espanha. O clube queria fazer um teste com o jovem, mas esbarrou em problemas burocráticos no momento da sua inscrição.
"A gente estava em um restaurante, já com as passagens de volta para o Brasil compradas, e do nada surgiu uma ligação dos caras do Real Madrid. Era para eu ficar um mês com eles e disputar até campeonatos", explicou.
"Fiquei uma semana em avaliação, eles gostaram. Pediram para ficar mais uma e gostaram também. Só que no dia que eles falaram que eu fui aprovado no teste, eu não fui. Quem esteve lá foi o meu ex-empresário. Eu não sei o que passaram para ele. Eu fiquei no hotel, e quando ele voltou falou para mim: 'Você foi aprovado, mas você vai para o Cruzeiro e quando estiver com 18 anos volta para cá", disse.
O jovem acabou sendo expulso do clube mineiro por faltar a escola, um requisito obrigatória para seguir treinando na equipe. Agora, Pety trabalha em uma empresa de reciclagem, mas não desiste do seu sonho.
"Hoje, trabalho de ajudante geral de uma empresa de reciclagem de papelão e plástico. Meu sonho é voltar a jogar, só preciso de uma oportunidade para mostrar o dom que Deus me deu", concluiu.