O poder de um ídolo não pode ser quantificado. Mas no futebol algumas estatísticas ajudam a contar uma história, e a de Gabriel Barbosa no Flamengo vai sendo escrita com títulos marcantes e números que impressionam. Nesta segunda-feira (05), no atropelamento por 5 a 1 do Flamengo sobre o Madureira, pelo Campeonato Carioca, o camisa 9 voltou a fazer aquilo que lhe rendeu seu principal apelido: balançou as redes.
Apesar do jogo contra um time que, apesar de ter sua tradição no Rio de Janeiro, está a três divisões de distância, os dois gols anotados no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, não deixam de ser marcantes: eles colocaram Gabigol como maior artilheiro do Flamengo neste século XXI. Foram 73 tentos, mesmo número de Renato Abreu. Mas é certo que Gabriel vai ampliar a marca nos duelos que estão por vir.
Este super Flamengo, cujos feitos a partir de 2019 são comparáveis apenas ao auge histórico do esquadrão rubro-negro de Zico e companhia, nos anos 1980, tem inúmeros ídolos e craques. Bruno Henrique (que completa o Top 3 da artilharia do Fla neste século), Everton Ribeiro, Giorgian De Arrascaeta, Gerson, Filipe Luís, Willian Arão, Rodrigo Caio, Diegos Ribas e Alves... Há torcedor que até pode ter como preferido algum destes ao invés de Gabigol, afinal de contas idolatrias não são quantificadas. Mas se no futebol o gol é o momento da maior comemoração, as maiores comemorações rubro-negras deste século passam pelos pés de Gabigol.
Os dois gols que garantiram o título da Libertadores em 2019, ou os 39 acumulados nas conquistas dos últimos dois Brasileirões já contam esta história. E as marcas individuais reforçam e vão reforçando o peso histórico que o camisa 9 já tem no clube.
Gabigol é o maior artilheiro do Flamengo neste século e não vai demorar a se isolar neste ranking. Já superou Nunes, o “Artilheiro das Decisões”, entrando para o Top 5 de máximos goleadores rubro-negros em Brasileirões e a edição 2021 do certame terá tudo para deixá-lo apenas abaixo de Zico (135 gols): com 39 tentos em seu nome, Gabriel está a três gols de superar Bebeto para se isolar na segunda posição. Na artilharia da Libertadores, está a cinco de igualar os 16 totais que ainda fazem de Zico o máximo goleador flamenguista no torneio continental.
O conceito de modernidade se renova com o tempo. Um dia, a geração de Zico representou o que havia de moderno na comparação com a época de Dida. Hoje, podemos considerar o século XXI como moderno na comparação com a época de Zico – divindade maior e inquestionável no Olimpo flamenguista. Podemos também considerar como marco para o futebol moderno o ano de 1995, que foi quando a FIFA passou a determinar que a vitória passaria a valer 3 pontos ao invés de 2.
Protagonista de alguns dos títulos mais importantes do Flamengo, e em posição de protagonismo nos rankings históricos de artilharia, Gabigol caminha a passos largos para ser, de maneira inquestionável, o maior nome na história do Flamengo moderno – e pós-Zico.