A teoria da inércia é bem conhecida nos esportes, especialmente em um tão coletivo como o futebol. O Levante tentou refutá-la esta sexta-feira, no jogo que abriu a rodada 23, mas sofreu um duro corretivo de um Getafe imparável desde a volta de Quique Sánchez Flores no banco de reservas.
O Getafe soube aproveitar o ímpeto do novo treinador e a magia que alguns de seus jogadores têm para fazer um coquetel muito explosivo. O Coliseu Alfonso Pérez vibrou com o seu jogo, mais eficaz e pragmático do que nunca para abrir caminho à vitória desde muito cedo.
De fato, nem o primeiro minuto da partida havia passado quando Enes Ünal, em um escanteio cobrado por Arambarri, apareceu como um avião na área para cabecear, vencer Aitor Fernández e fazer o 1 a 0. E o Levante, novamente na ladeira, como tem vindo a ser habitual nos últimos meses.
A posse foi dos 'azulones', que saíram com força ao jogo e com ideias claras. Embora o Levante tivesse algo a dizer, apesar de pouco, ainda estava vivo. De Frutos advertiu com uma boa direita que obrigou David Soria a fazer a sua primeira defesa aos quinze minutos.
No entanto, o Getafe teve o jogo sob controle, principalmente devido à impotência de uma equipe 'granota' que não conseguiu fazer nada. Roger não apareceu, Bardhi foi errático... e defensivamente, os mesmos erros bobos que são habituais nesta temporada. E a equipe de Quique aproveitou isso.
Aos 29 minutos de jogo, Olivera encontrou um corredor depois de roubar uma bola, deu passe para Ünal e o turco foi impecável: um rápido giro na entrada da área e um chute cruzado que bateu Aitor Fernández, que ficou completamente arrasado. Só à beira do intervalo o Levante pareceu reagir com um chute na trave de Bardhi, embora o resultado ficasse em 2 a 0.
Depois de passar pelos vestiários, o jogo continuou em um ritmo não muito alto que beneficiou o Getafe, com o controle do meio-campo graças ao tridente Arambarri-Maksimovic-Aleñá. Quique encontrou seu onze ideal e só o mudará se os novos reforços se adaptarem rapidamente ao elenco.
Com mais coração do que cabeça e a estreia de Martín Cáceres, os 'granotas' quiseram sonhar com o empate. Soria desviou um bom chute de Melero e o Getafe se livrou desse perigo com alguns contra-ataques perigosos, como o que terminou com o gol anulado de Borja Mayoral aos 77 minutos. Foi finalmente Aleñá quem, aos 95 minutos, fez o 3 a 0 definitvo que afundou ainda mais a equipe inferior da Primeira Divisão.