A Itália se consolou, após o fracasso de não se qualificar para a Copa do Mundo do Qatar 2022, com uma vitória por 3 a 2 sobre a Turquia - que também foi eliminada, na semana passada, por um Portugal que conseguiu sua vaga nesta terça-feira contra a Macedônia do Norte, carrasco dos italianos - em um amistoso em que o técnico, Roberto Mancini, trouxe os jogadores menos habituais para dar início ao projeto de renovação do time.
A Itália não poderia falhar, a partida era um amistoso com armadilhas e perder só pioraria a situação dramática pela qual passa uma 'Azzurra', capaz de vencer a Euro 2020 e ficar de fora de duas Copas do Mundo consecutivas. E os sentimentos eram agridoces. Ela ganhou, mas começou mal e terminou pior.
Parecia que tudo estava contra os de Mancini. Os primeiros cinco minutos da partida não haviam sido concluídos quando, no primeiro chute do jogo, Cedig Ünder mandou debaixo das pernas de Donnarumma para colocar a Turquia à frente no placar. O goleiro do PSG não teve sucesso e poderia ter feito mais para pegar um chute que, apesar de poderoso, saiu bastante no meio.
Scamacca e Acerbi responderam de longe por volta dos 25', mas sem criar nenhum perigo real. A Itália cresceu, sentindo-se mais confortável, até que Tonali dominou o ritmo no meio-campo e comandou com suficiência no primeiro tempo, embora sem chances muito claras. A Turquia assustava isoladamente. Zaniolo foi o criador do perigo 'azzurro'.
Chiellini e Biraghi não se entenderam bem, nesse que foi o único 'porém' do jogo para os visitantes, na hora de defender um lado esquerdo que o autor do gol turco aproveitou muito bem para causar dano, recebendo aberto e rompendo as costas da defesa, graças aos envios de Çalhanoglu, que leu muito bem o início e disparou após um rápido roubo.
Mas aos 35 minutos, Cristante fez o primeiro gol do atual campeão europeu e empatou a partida com um poderoso cabeceamento. Biraghi cruzou uma bola precisa da ala esquerda para a área que encontrou um definidor de qualidade na figura de Cristante, com um chute forte e colocado, graças ao giro do pescoço, que entrou junto à trave.
Quase sem tempo para assimilar, a Turquia sofria o segundo gol. Desta vez foi Raspadori, que aproveitou o roubo de bola e passe de um grande Tonali, que colocou a 'Azzurra' à frente, nos melhores minutos do jogo, quando faltavam apenas alguns minutos para ir ao vestiário.
Donnarumma estava prestes a errar novamente. Os fantasmas do erro com a camisa do PSG contra o Real Madrid surgiram quando o goleiro estava superconfiante e acertou a cabeça de Unal com uma bola que, felizmente para 'Gigi', bateu na cara dele, mas saiu.
No entanto, o goleiro se redimiu do erro com duas mãos espetaculares que desviaram a bola, no primeiro tempo, e a falta, já no segundo tempo, de um Çalhanoglu que acabou desesperado com as defesas do ex-jogador do Milan.
Aos 70 minutos, chegou o que parecia ser a sentença. Com o jogo já mais calmo, Raspadori garantiu o doblete quando pegou uma bola perdida na área e chutou - com mais força do que jeito - para garantir o gol tranquilizador para uma Itália que precisava da vitória.
Mas os turcos pressionaram nos minutos finais, que estavam muito perto de obter sua recompensa. Especialmente Dursun, que chegou a penetrar no gol de Donnarumma, pegando a sobra de um chute do companheiro de equipe Soyuncu saindo de um escanteio, e que quase conseguiu o empate no placar se não fosse o goleiro italiano, que defendeu o chute do atacante.
A Itália vence, mas não se redime de sua retumbante eliminação. Eles venceram confortavelmente a Turquia em grande parte da partida, mas um início e um final ruins da partida poderiam ter colcoado tudo a perder.