Lucas chorou de tristeza no PSG antes de se recuperar no Tottenham

Lucas Moura, o nome da redenção. O brasileiro que vive o apogeu de sua carreira com a equipe do Tottenham após um grande menosprezo do Paris Saint-Germain. O responsável pelos três gols que classificaram os Spurs para a final da Champions League pela primeira vez na história.
Hoje, em meio a este momento de glória e às vésperas do maior jogo de sua vida, só ele sabe tudo o que passou para chegar até ali. Deixou o São Paulo como uma promessa, mas juntou muitos cacos para realizar seus sonhos na Europa.
Em dezembro de 2012, o Tricolor paulista anunciava a venda do jogador de 20 anos ao PSG, por R$ 108,3 milhões, na época considerado a maior venda do futebol brasileiro. Ele havia sido protagonista das conquistas do Sul-Americano Sub-20 da Seleção Brasileira, marcando três gols na final contra o Uruguai, e da Copa Sul-Americana de 2012 com o São Paulo.
Lucas teve seus primeiros momentos como o centro dos holofotes no clube da capital francesa, mas depois vieram as dificuldades de adaptação e a chegada de outros jogadores para a mesma posição que a sua: Cavani, depois Di Maria e Draxler, tornando a disputa pela titularidade ainda mais difícil.
O maior baque de sua passagem pelo PSG, sem dúvidas, foi o 6 a 1 para o Barcelona em 2017, pelas oitavas de final da Champions. Naquele jogo, Lucas foi taxado como um dos culpados pela eliminação do time, e isso foi determinante para sua perda de espaço no elenco.
Após aquela eliminação, o ponta teve uma queda gritante em participações nos jogos. Antes, havia feito 36 das 43 partidas da temporada, depois, fez apenas cinco das 14 restantes.
A chegada de Unai Emery e de Neymar no segundo semestre de 2017 poderiam ter sido motivos para reanima-lo no clube, mas não foi bem assim.
Quando Lucas deixou o PSG, o camisa 10 da equipe desabafou: “Acho que aqui ele poderia ser muito útil para nós. Mas não sou dono do time, não sou dono do Paris, e isso não cabe a mim. Se coubesse a mim, o Lucas não iria embora daqui nunca”.
No fim de 2017, Lucas se reuniu com Emery para falar sobre os planos futuros. As palavras do técnico foram duras, mas eram necessárias. Lucas não seria mais utilizado no PSG e estava liberado para procurar um novo clube.
Em momentos de maior fragilidade, ele chegou a cogitar voltar ao Brasil, mas sua família o apoiou nos momentos de choro, incentivando-o a “passar pelo inferno”.
“Lucas, não volta. Você aqui está no inferno. Se você conseguir passar por isso, depois você vai para qualquer time do mundo todo”, contou o pai do jogador ao Uol Esporte.
Depois de aceitar que o seu destino estava apenas fazendo um pequeno desvio, Lucas ergueu a cabeça e aceitou trabalhar com Mauricio Pochettino, no Tottenham.
Em campo, o técnico promoveu mudanças significativas de posicionamento do brasileiro, colocando-o mais centralizado e causou uma evolução em sua forma de jogo.
Lucas passou a ter cada vez mais confiança e o espaço que merecia, e sua adaptação no time contribuiu para a chegada de resultados. Depois da Copa do Mundo de 2018, o ponta fez três gols nos três primeiros jogos da Premier League, dois em pleno Old Trafford na vitória sobre o Manchester United.
Os meses passaram, e Lucas foi tendo maior participação no plantel de Pochettino, em parte, graças à ausência de Son, que foi convocado para a seleção sul-coreana, e à lesão de Harry Kane. Os três gols sobre o Ajax na semifinal do torneio simbolizaram o maior apogeu de Lucas, que também teve outras participações importantes. Em 48 jogos pelos Spurs, marcou 15 gols e deu duas assistência, e em jogos grandes como contra o Liverpool, Barcelona e os Red Devils.
Neste sábado (1), a torcida dos Spurs confiará em seu potencial, e espera ouvir o seu nome ecoando novamente pelas arquibancadas do Wanda Metropolitano. A final chegou, Lucas, e depois de muitas lágrimas, chegaram os momentos de glória. Vencendo ou perdendo, a caminhada não foi nada fácil e cada minuto desta partida é merecedor de seu trabalho.
O confronto pela final da Champions League acontece neste sábado, a partir das 16h (de Brasília), em Madri.