Sahar Jodayarí cometeu suicídio após ser condenada por ir a uma partida de futebol no Irã, país em que a mulher está proibida de frequentar estádios.
Depois de saber que seria presa por ter acompanhado o evento esportivo, a ativista tomou a atitude mais extrema que seria possível. Um ato que segue provocando reações.
A FIFA foi a última a se mobilizar a respeito do tema, assegurando que lutaria pela liberdade e segurança das mulheres no Irã. Agora, milhares de mulheres pedem igualdade para poder acabar com uma lei tão machista e sexista.
Por sua parte, a Anistia Internacional também se pronunciou: "Não é suficiente. Exigimos medidas importantes e imediatas para acabar com a proibição da entrada de mulheres nos estádios e eliminar a discriminação contra as mulheres que quiserem desfrutar do futebol".
Clubes como Betis e Roma resolveram mudar as cores de seus escudos pelo habitual azul que Sahar costumava usar na sua batalha por igualdade e pelo fim de castigos contra mulheres que acompanhem futebol.
Desde 1979, as mulheres não podem entrar em estádios de futebol do país. Proibição que vale também para outros esportes, mas que aos poucos avança para a evolução, em uma tendência de garantir esse direito para as mulheres.
Em agosto deste ano, Gianni Infantino fez contato com a Federação de Futebol do Irã para que garantissem o acesso das mulheres dentro dos estádios ao menos durante as eliminatórias para a Copa do Mundo.
No entanto, o presidente do país, Hasán Rohani, que diz querer avançar neste sentido de dar um fim à proibição, afirma que em várias ocasiões suas tentativas foram em vão, diante da dura oposição dos setores ultraconservadores.
Na ocasião, o procurador-geral do Irã Mohamad Yafar Montazeri declarou que a proibição do acesso de mulheres nos estádios "não é assunto da FIFA". Essas lideranças dizem manter a posição para "protegê-las de ambientes predominantemente masculinos".