Desde que chegou ao Barça, Frenkie deixou de ser o Frenkie do Ajax. Tímido em campo, com pouco destaque, foi superado pela situação. Desconhecido, ofereceu algum flash de seu talento, mas sem continuidade.
Contra Betis, no domingo, o holandês fez seu melhor jogo como jogador do Barcelona. Ele atuou no meio à esquerda, logo à frente de Sergio Busquets e com Sergi Roberto como companheiro do outro lado.
Ele até marcou um grande gol, depois de uma jogada com Leo Messi e aproveitando a entrada no espaço. "Foi um dos meus melhores jogos depois de sofrer um pouco nos últimos anos, mas também não foi brilhante. Foi um bom jogo, mas acho que vou melhorar nos próximos", disse o holandês após a vitória em Sevilha.
Certamente, o problema de De Jong tem sido conviver com uma nova situação, novos companheiros de equipe, um novo treinador, uma nova equipe, outro sistema de jogo e uma nova demarcação.
E esse é o problema, porque seus melhores jogos no Ajax e com a Holanda os jogaram como meio-campista. Nessa posição, ele dirigiu o jogo de ataque e foi incorporado ao par de zagueiros quando lhe convinha.
Na Seleção Holandesa, Ronald Koeman também o coloca como '4', sozinho ou na companhia de Marten de Roon. Seu ex-técnico do Ajax, Erik ten Hag, insiste que Frenkie não é um artilheiro.
"É o jogador responsável pelo fornecimento (bolas) aos companheiros de equipe que dão assistências ou marcam gols", diz Ten Hag.
Até Ernesto Valverde, embora o classificasse como meio-campista avançado na maioria das vezes, foi claro sobre o papel do holandês no futuro: "Estou falando de mais, de qualquer maneira, mas no futuro vejo De Jong mais do que meio-campista".
Xavi Hernández, perguntado em sua época, também vê muitas semelhanças em termos de estilo de jogo entre Busquets e holandês: "Ele é jovem, mas pode dar uma grande contribuição. Seu perfil é exatamente o que o Barça precisa".
E Arie Haan, ex-meio-campista da Seleção e Ajax, vai um pouco mais longe: "É uma revelação, uma versão aprimorada de Franz Beckenbauer".
O destino deste clube depende, além da onipresença de Leo Messi, do encaixe de Frenkie de Jong no jogo da equipe do Barça.
Esse é o objetivo de Quique Setién, mas com a devoção que sente por Sergio Busquets, que até tem uma camisa autografada em casa - "Para Quique, com apreço e admiração por sua maneira de ver o futebol" - o holandês dificilmente jogará de meia, a menos que decida compartilhar essa posição.