Presidente avisa que Cruzeiro sofrerá nova punição da FIFA

O Cruzeiro está impedido de registrar novos jogadores por causa de punição da FIFA. E a situação pode piorar.
O presidente Sérgio Santos Rodrigues avisou que o clube irá sofrer, em breve, com um novo "transfer ban". Desta vez, a Raposa será punida por falta de pagamento da negociação envolvendo o atacante Riascos.
"As dívidas da Fifa existem há muito tempo. Infelizmente, estouraram todas de uma vez. São processos que tramitaram três, quatro, cinco, seis anos, conforme for a dívida. Tiveram atletas que renderam muito dinheiro ao Cruzeiro e as dívidas não foram pagas", lamentou o presidente.
Quando o meio-campista Giorgian de Arrascaeta foi vendido ao Flamengo, em 2019, o Cruzeiro recebeu 13 milhões de euros. No entanto, o clube mineiro não quitou a dívida de cerca de R$ 7 milhões com o Defensor, do Uruguai.
E a exemplo do que aconteceu com a punição em junho pelo não pagamento de parcelas da contratação de Arrascaeta ao Defensor, do Uruguai, o Cruzeiro não tem recursos financeiros para resolver a pendência que se refere ao atacante Riascos. A dívida inicial é de 1,145 milhão de dólares (cerca de R$ 6 milhões) com o Mezlatán, do México.
"Temos essa do Arrascaeta, que gerou o transfer ban, vamos ter outra do Riascos agora em julho, que geraria outro transfer ban. Não existe, em princípio, recursos para pagá-las. A punição que existe para elas é o não registro de jogadores", acrescentou Rodrigues.
Em 2020, o Cruzeiro perdeu seis pontos no início da disputa da Série B devido a outra punição da FIFA. Na época, a diretoria celeste não conseguiu dinheiro para quitar dívida junto ao Al Wheda, dos Emirados Árabes, pela negociação do volante Denilson.
Nos próximos meses, o Cruzeiro precisa pagar R$ 5,3 milhões pelo empréstimo do volante, realizado em 2016. Uma nova punição poderia representar até o rebaixamento à Série C.
Mas, para esse caso, o presidente do Cruzeiro afirmou que tem a solução: será o dinheiro da venda do clube social Sede Campestre II, já aprovada pelo Conselho Deliberativo. Já existe um comprador interessado.
"Com relação ao Denilson, pode acarretar uma perda mais efetiva, a grande questão é que a gente conseguiu aprovar a alienação daquela Sede Campestre II, em uma reunião que foi feita ano passado. Desde então, temos procurado compradores. Conseguimos arrumar um, que vai pagar o valor de avaliação, mas são problemas micro do Cruzeiro que as pessoas não sabem", explica o presidente.
Pressionado por maus resultados em campo e grave situação financeira do clube, o presidente do Cruzeiro vem convivendo com protestos e até pedidos de renúncia por parte da torcida e alguns conselheiros. Sérgio Santos Rodrigues tem mandato até o fim de 2023 e rechaça qualquer possibilidade de renúncia:
"Não, de forma alguma. Não condiciono (a permanência dele ao acesso à Série A). Quero dizer que estou absolutamente tranquilo, e no que me couber, enquanto puder, se o Conselho quiser e a torcida entender, eu vou cumprir até o fim de 2023 pelo menos, que é até o fim", garante.
Sobre a gestão do clube, Sérgio Rodrigues diz que está fazendo reconstrução, e, as críticas, segundo ele, acontecem por causa do mau desempenho esportivo.
"É o que eu pergunto ao pessoal: vocês preferem que roubem e afundem o Cruzeiro para ter um desempenho desportivo ou faça um trabalho com serenidade e calma para conduzir o Cruzeiro a uma reconstrução sustentável? Meu trabalho é esse, até porque essa rejeição reflete o momento de campo. Me incomoda muito quando alguém vem falar que não estamos fazendo uma boa gestão quando vem o estudo do Itaú BBA elogiar a nossa gestão. Entre uma pessoa que nunca geriu nada e o Itaú, prefiro ficar com a opinião do Itaú, porque ele sabe que é um trabalho em longo prazo. Falta melhorar a parte esportiva, vamos trabalhar para melhorar", acrescenta.