Quanto o Flamengo deve perder com jogos sem torcida?

A pandemia de coronavírus Covid-19 tem mexido muito com o mundo de futebol. Com a bola parada por tempo indeterminado, o futuro dos campeonatos por todo o mundo segue indefinido enquanto a disseminação do vírus não é controlada.
No Brasil, uma das possibilidades levantadas é de que os campeonatos sejam retomados sem a presença de torcedores nos estádios. No entanto, neste cenário, os clubes teriam perdas financeiras gigantescas.
Em 2019, as principais fontes de renda do Flamengo foram bilheteria e programas de sócios-torcedores, somando uma arrecadação de R$ 157,5 milhões. Para 2020, a previsão era de que fossem arrecadados R$ 204 milhões na manutenção do cenário positivo do ano anterior, no entanto, com a pandemia, é difícil que isso realmente aconteça.
Nos jogos disputados até o momento da paralisação do futebol, o Flamengo tinha arrecadado o equivalente a 21,4% do valor esperado em bilheteria no ano. Nos 11 jogos do Campeonato Carioca - todos disputados no Maracanã - Rubro-Negro obteve R$ 13,3 milhões de renda total, e nos outros dois jogos em que foi mandante no estádio - um pela Recopa Sul-americana e outro pela fase de grupos da Libertadores - foram mais R$ 9,8 milhões.
Por outro lado, o presidente Rodolfo Landim é contra o calendário europeu no futebol brasileiro, que poderia ser uma outra saída para a continuação dos campeonatos. Segundo o cartola, o prejuízo para o Flamengo neste cenário seria entre R$ 200 e 250 milhões.
Por enquanto, a medida dos jogos com portões fechados está sendo levantadas para o término dos Estaduais, apenas. A CBF e a Conmebol ainda estão esperando os desdobramentos da pandemia para tomar decisões relativas aos seus campeonatos.
As decisões terão impacto direto no balanço financeiro do clube, sendo as questões relacionados aos sócios torcedores as mais imediatas. No início do ano, o Flamengo ofereceu duas opções de pacotes promocionais, uma com ingressos para os jogos do Brasileirão em que seria mandante, e outro com entradas para a temporada completa do time - incluindo Carioca, Recopa, Libertadores e Copa do Brasil - já tendo o dinheiro destas entradas garantidos em seu cálculo.
O clube ainda não fez nenhum posicionamento oficial em relação aos programas de sócios, porém vê o número de adeptos cair desde o início da pandemia, o que se torna um problema para o time que tem esta como uma das maiores receitas anuais e que cresce a cada ano.