OFICIAL: Real Madrid se despede de Ancelotti

O tempo de Carlo Ancelotti no Real Madrid chegou oficialmente ao fim. Após ficar sem levantar nenhum troféu importante nesta temporada, o técnico de 65 anos deixa o clube merengue para iniciar um novo capítulo em sua grandiosa carreira de treinador: comandar a Seleção Brasileira.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já havia antecipado a notícia, anunciando-a um dia após a derrota do Real Madrid por 4 a 2 para o Barcelona, no Clássico, no início deste mês. Após semanas de silêncio, o clube finalmente se pronunciou sobre a saída de Ancelotti.
"O Real Madrid e Carlo Ancelotti chegaram a um acordo para encerrar seu ciclo como treinador. O clube gostaria de expressar sua mais profunda gratidão e carinho a uma das verdadeiras lendas tanto do Real Madrid quanto do futebol mundial", diz o comunicado do clube.
A saída do italiano já era esperada, após uma campanha difícil para ele e seu amado time merengue. Depois dos altos da temporada passada — com conquistas da Champions League e da LaLiga —, Ancelotti foi brutalmente trazido de volta à realidade neste ano.
O Real Madrid foi eliminado da Champions League após ser goleado pelo Arsenal nas quartas de final, e também perdeu duas finais consecutivas de competições nacionais para o eterno rival Barcelona. Quando chegou o Clássico decisivo pelo título, no dia 11 de maio, seu destino já estava traçado.
Ancelotti esteve perto de dar uma última alegria ao clube, depois que dois gols de Mbappé no início da partida no Estádio Olímpico Lluís Companys deixaram o Real Madrid a apenas um ponto do Barcelona na briga pelo título, mas uma reação inspirada da equipe de Hansi Flick resultou na perda da LaLiga.
Apesar de não conseguir salvar as esperanças de título, os feitos de Ancelotti no Real Madrid continuam eternizados na história do clube. Ele é o treinador mais vitorioso do Real Madrid, com 15 títulos conquistados em suas duas passagens pela capital espanhola.
Em sua primeira passagem, entre 2013 e 2015, ele conquistou a Copa do Rei, a Champions League, a Supercopa da Espanha e o Mundial de Clubes. O italiano retornou em 2021 para substituir Zinedine Zidane, provando que ainda tinha sua velha magia.
Responsável pela conquista da “décima” Champions League em 2014, Ancelotti era considerado uma aposta segura. Ele superou as expectativas — que são notoriamente altas entre os torcedores madridistas — ao manter o status do clube como o mais forte da Europa.
Na sua primeira temporada de retorno, venceu LaLiga, completando o ciclo de títulos domésticos, e depois superou o Liverpool, em Paris, conquistando sua quarta Champions League como treinador, ultrapassando Zinedine Zidane e Bob Paisley com esse recorde.
Na temporada seguinte, o Real Madrid conquistou a Copa do Rei e o Mundial de Clubes, mas depois ressurgiu com força após a chegada de Jude Bellingham, vencendo novamente LaLiga e a Champions League, na temporada passada.
No entanto, o destino de Ancelotti parecia selado depois da eliminação para o Arsenal nas quartas da Champions League, nesta temporada, seguida por quedas frente ao Barcelona, adversário que o clube não conseguiu vencer nem na liga, nem nas finais das copas nacionais.
Mas o fim de uma era marca o começo de outra. Com o Real Madrid prestes a virar a página com a chegada de Xabi Alonso, que deve ser anunciado nos próximos dias após deixar o Bayer Leverkusen, Ancelotti também buscará um novo começo.
Recém-saído do Real Madrid, Ancelotti fará sua estreia no futebol de seleções e se tornará o primeiro técnico estrangeiro da Seleção Brasileira, desde 1965. A nomeação foi oficializada em 12 de maio pelos pentacampeões mundiais.
O ex-treinador de Reggiana, Parma, Juventus, Milan, Chelsea, PSG, Bayern de Munique, Napoli, Everton e Real Madrid assumirá a Canarinho após a demissão de Dorival Júnior, em março, e iniciará sua nova aventura nas Eliminatórias da Copa do Mundo, em junho.
Ele terá como missão conduzir o Brasil rumo ao inédito hexacampeonato na Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México, e restaurar o prestígio da Seleção como a principal força do futebol internacional.