Sampaoli: "Eu adoraria treinar Messi. Quem não gostaria?"

Após a Copa do Mundo de 2014 e a conquista da Copa América de 2015, Jorge Sampaoli decidiu deixar a seleção do Chile no dia 19 de janeiro de 2016, pagando a multa rescisória do próprio bolso. A decisão diz muito sobre quem o natural de Casilda, cidade próxima de Rosário, na Argentina, é, de fato.

Desde junho de 2016, o treinador é comandante do Sevilla. Sampaoli tentou ser jogador, mas uma grave lesão na tíbia, aos 19 anos, acabou com a carreira do lateral direito que focou nos estudos táticos e se tornou um especialista. Um dos objetivos que ainda restam ao técnico de 56 anos é treinar Lionel Messi.

"Eu adoraria treinar Messi e vê-lo todos os dias, do lado do campo. É algo único ver o melhor jogador do mundo de perto. Hoje, Messi está em grande forma. Quem não gostaria de treiná-lo? Se você fizer um jogador como Messi feliz você tem 95% do jogo ganho. É como nos dias em que Maradona se sentia bem. É difícil perder quando Leo está bem", admitiu Sampaoli em entrevista exclusiva a 'Goal'.

Qual Barça você prefere, o de Luis Enrique ou o de Pep Guardiola?

Eles são muito diferentes. É difícil de igualar a equipe de Guardiola. Os jogadores estavam em seu auge e tinham uma forma de jogar que durava muitos anos. O Barcelona agora é totalmente diferente; é mais prático. Leo (Messi) ficou confortável no Barcelona. Este Barcelona não está tão no controle. Guardiola teve Iniesta, Busquets, Xavi e Messi, e eles sempre tiveram a bola. Era difícil vencer uma equipe com aquela posse.

O mesmo aconteceu em Sevilla. Eles tinham o caminho de Unai Emery e depois o seu, que não são muito semelhantes.

O técnico anterior foi muito bem sucedido, mas é diferente. Os torcedores do Sevilla, historicamente, gostavam da sua equipe jogando de forma diferente. Nós concordamos com o sentimento popular, de jogar para frente. No entanto, nós ainda não ganhamos nada ainda, isso é o que os torcedores querem.

Por que é tão comum que o futebol viva o sofrimento?

Porque o sucesso ou a vitória no jogo são as prioridades. Todos dizem que você tem que ganhar. Não é possível viver nessa procura absoluta por vencer. Acaba com a serenidade, com o prazer. Eu acredito no meu ideal de jogo, porque eu tenho muito amor pelo futebol.

O que é a felicidade no futebol?

A felicidade está relacionada ao sentimento. Quando eu me sinto representado por como uma equipe joga, além do resultado, eu me sinto realizado. Quando, com o resultado, a equipe não me dá o que quero, acontece que eu devo repensar tudo. Eu me sinto mal, por exemplo, se os atletas talentosos não podem mostrar todo o seu futebol no meu time.

Mas você gosta de ser um treinador?

Gosto de modificar situações. Lutar para que se valorize a profissão. Fugir da estrutura pré-estabelecida. Fazer algo para que o jogador se entretenha e possa jogar com a mesma paixão de quando era criança.