A Seleção Brasileira afastou fantasma que a assombrava há anos e conquistou nos pênaltis a vaga na semifinal da Copa América, após empatar sem gols com um Paraguai fechado, que chegou a ficar com um a menos no segundo tempo. Mas esse não o principal assunto na entrevista coletiva de Tite após a classificação. Novamente, o gramado da Arena Grêmio ganhou destaque e o comandante classificou o estado do campo como "absurdo".
"É possível (melhorar). Jogadas de combinações são possíveis. Os adversários procuram anular, mas é possível. É possível as combinações quando tiver gramado bom. Todos atletas me cobraram", iniciou. "É absurdo, em alto nível, ter um campo com tamanha dificuldade para tocar. A bola entra no pivô, o cara tem que dar três toques para tocar. É absurdo. Alto nível não consegue em qualquer lugar. Sem justificar nada. Estou falando do espetáculo, é sempre em dois, três tempos", criticou.
"A gente bate pelada, às vezes em gramado sintético, é rápido, a gente brinca. Vi declaração do Renato também a esse respeito. É inconcebível eu vir na segunda-feira aqui, olhar para o gramado, ver que tem cinco pessoas trabalhando, uma delas de folga, vem na terça-feira, das mesmas cinco, nós vimos. Tudo prejudicado. Nos cobrem acerto de passe e finalização. É um direito, e o técnico tem que vir e responder. Atleta é cobrado por mim. Me deem condições de campo e façam gramados melhores executados para termos uma noção melhor. Porque não sei quando errei. Ali estava bravo. Não vou falar mais sobre isso", completou.
O Brasil agora irá aguardar pelo vencedor do duelo entre Argentina e Venezuela, que se enfrentam nesta sexta-feira (28), no Maracanã, para conhecer seu adversário na semifinal. E Tite não conseguiu fugir da pergunta sobre um possível encontro com os hermanos.
Para o treinador, o desafio da Seleção será a adaptação ao estilo do rival. "(A Argentina tem) Qualidade técnica individual muito grande. Como desafio de todas as seleções que têm para adaptar quando tem o melhor do mundo. Messi é inquestionável", afirmou.
Tite comentou ainda se permaneceria ou não à frente do Brasil, em caso de eliminação. "Se eu não tivesse vencido o campeonato no Veranópolis, eu já teria parado lá atrás. Obrigado, Veranópolis. Se eu não tivesse tido oportunidade no Caxias... se eu não tivesse vencido no Grêmio, não teria me aberto as portas. Se eu não tivesse seguido depois da eliminação do Tolima, eu não seria campeão mundial com o Corinthians. Se, se... é condicional".
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Tite:
Análise do jogo
O primeiro tempo foi de marcação muito forte. Quando acelera demais, naturalmente perde ritmo e cai. Queria que mantivéssemos o ritmo com número maior de acerto de passes, mesmo com esse gramado, para botar volume. Quando a gente conseguiu uma saída melhor de trás, eles estavam liberando os nossos dois zagueiros. Aí a orientação, prende Allan. Para que chegasse melhor para Coutinho, para Firmino, começa a criar mais. Deu o lance do pênalti, que foi fora, e momento da expulsão. Aí o que faz? Tem que tirar vantagem de alguma forma. Quem fica de ponta aberto, passava a ser Dani, para ter Gabriel com área. Não precisa ter o Dani lá se ele é construtor. Posso ter jogador de velocidade, aí Willian para trazer Gabriel para dentro. Depois, nesse mesmo critério para o Paquetá.
Substituição de Filipe Luís
"Filipe (Luís) teve desconforto (dores na posterior da coxa esquerda), mas ele estava com desconforto. Entrada de todos, tem feito diferença de todos, muito difícil ficar fora. Tem tido oportunidades. Fica enaltecida o pessoal que tem entrado".