'Tricolor' de Coração: Fluminense precisa de uma solução

Por Romulo Macedo 

É do conhecimento de todos, amantes do futebol, que o mando de campo é um fator primordial para o sucesso de um time em qualquer campeonato. Para isso é fundamental que o clube receba os seus adversários na sua “casa”, ou seja, em um lugar que seus jogadores possam jogar o seu melhor futebol e além de ter a torcida ao seu favor empurrando para as vitórias ainda possam ter a vantagem de conhecer, muito melhor que os seus adversários, todos os pontos de referência do estádio, as ações do vento sobre a trajetória da bola, todos os cantos do gramado de jogo, etc...

Por falar em gramado, esse deve ser o principal fator a favor do time da casa. Trabalhando por alguns anos na gestão de estádios e arenas já vi e ouvi de tudo em relação a gramados. Tem time que gosta da grama mais baixinha, outros da relva um pouco mais alta, tem treinador que pede que o gramado seja molhado minutos antes do jogo e até no intervalo, tem técnico que pede que o gramado seja cortado no dia da partida, alguns chegam a solicitar que a grama da pequena área seja batida em uma espécie de mandiga para afastar os gols e por ai vai.

Em 2013, na primeira visita de reconhecimento do EC Vitória a nova Itaipava Arena Fonte Nova, o saudoso Caio Junior,  treinador no clube na ocasião, foi enfático sobre a qualidade do gramado do novo estádio: “O gramado do estádio é excelente, mas nosso time terá que se acostumar com essa grama mais baixa e mais leve, senão os times do sul e sudeste terão vantagem quando jogarem contra a gente aqui.”.

Também em 2013 o então técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, fez duras críticas ao gramado da nova Arena após um resultado adverso pela Copa Libertadores. Tal atitude fez o clube gaúcho “reabrir” o antigo estádio Olímpico para receber a equipe nos dois jogos seguintes do Campeonato Gaúcho, enquanto todos os esforços foram colocados para melhorar as condições do moderno gramado da Arena que ainda era muito novo e carecia de um período maior de maturação.

Infelizmente o que vimos na última segunda-feira, em Edson Passos, foi o Fluminense atuando como adversário na sua própria casa.  Isso mesmo as péssimas condições do gramado favoreceram muito mais o time visitante do que a própria equipe do Fluminense, que com um  time jovem, rápido e de toque de bola necessita de um campo em boas condições para desempenhar o seu melhor futebol.

Diante da quantidade enorme de problemas que o Fluminense encontra no acanhado estádio Giulite Coutinho, que carece de melhorias nas suas dependências para receber a torcida, está longe de ser uma unanimidade entre os tricolores e de uma reforma no gramado para atender os jogadores, deixo as seguintes perguntas. Será que não valeira mais a pena montar uma estrutura de arquibancadas provisórias no CT Pedro Antônio e fazer de lá a sua casa? Ou mesmo atuar de forma eficiente para atrair mais público para os jogos do clube no Maracanã? Eu não estou falando das famosas promoções de redução de preço, que já se mostraram ineficiente, mas sim de ações efetivas, tais como, acabar com a ridícula e burra troca de vouchers nas compras de ingressos pela internet, como já é feito na Arena do Grêmio desde 2013 e na Arena das Dunas (em Natal) desde 2014.  Encontrar áreas próximas ao estádio onde possam ser criados bolsões de estacionamento  e muito mais.

Tricolor, apaixonado, carioca, amante do mundo dos esportes, de viagens e de boas refeições. Não necessariamente nesta ordem. Esse é Romulo Macedo.