A coluna apurou que os líderes do grupo de jogadores do Flamengo se irritaram com os boatos de uma possível demissão do técnico Zé Ricardo. Isso aconteceu logo após a eliminação do clube da Copa Libertadores, quando chegou aos atletas a discussão de que alguns diretores estariam pedindo mudança no comando técnico. Um jogador, inclusive, teria conversado diretamente com o treinador sobre a situação e levado apoio.
Apesar dos responsáveis pela palavra final serem totalmente contra a saída do Zé, o presidente Bandeira de Mello e o diretor executivo do futebol Rodrigo Caetano, alguns diretores pressionam desde quarta-feira, após a derrota para o San Lorenzo, por mudança como resposta à eliminação e aos torcedores. A classificação na Copa do Brasil, contra o mesmo Atlético-GO derrotado no sábado, seria primordial para que essa pressão diminuísse.
A informação teria chegado aos jogadores e, os mesmos, demonstrado muita insatisfação com a possível mudança. Por conta disso, no primeiro gol contra o time goiano, todos os jogadores, em campo e no banco, foram ao encontro do técnico Zé Ricardo para demonstrar publicamente apoio ao treinador. Apoio esse que já foi endossado pelos atletas não só para o seu comandante, como para a diretoria. Um dos líderes do grupo e estrela do time, inclusive, teria informado aos responsáveis que o grupo era contra qualquer mudança técnica.
Segundo apurou a 'Goal Brasil', o nome do Zé Ricardo sempre desagradou boa parte do corpo de membros do Flamengo por ele ser novo e longe de estar na figura de um medalhão. Alguns diretores e até componentes da comissão técnica permanente eram contra sua efetivação. De acordo com essa corrente, o cargo deveria ser de alguém mais experiente, como Jayme de Almeida. Até por isso, nomes de peso do clube e ex-atletas se fecham num corporativismo fazendo coro a essa ideia.
Alheios a tudo isso, Bandeira e Rodrigo Caetano não dão voz aos críticos e se fecham também com os números muito favoráveis ao Zé Ricardo e ao grupo de jogadores. Além do que, a opinião da maioria dos caciques da gestão é que o Flamengo sofreu muito com as mudanças constantes de treinadores, rompimento de trabalhos e o pouco profissionalismo nesses últimos três anos. Por estas razões, estaria descartada qualquer alteração neste momento.
É a eterna panela de pressão da Gávea influenciada pelo campo: num dia "Rumo a Tóquio", no outro "acabou a paz".