Desde a vitória sobre o Bahia, um dos assuntos mais falados sobre o Vasco está na situação de Nenê. Craque do time e referência técnica de um elenco reconhecidamente limitado, o jogador de 35 anos foi barrado do time titular em prol de uma maior capacidade de movimentação defensiva da equipe.
A decisão de Milton Mendes foi motivada pelo fato de ter dois veteranos na frente – Nenê e Luis Fabiano – e pela fase de seu então camisa 10, que não vinha demonstrando o futebol que o alçou à posição de ídolo da torcida.
Contra o Bahia, Nenê não deixou o banco de reservas e o Vasco conseguiu uma importante vitória por 2 a 1. Mas neste sábado (27), a história foi diferente: cruzmaltino, que havia aberto o placar com Luis Fabiano no primeiro tempo, levou a virada já com Nenê em campo – no lugar de Yago Pikachu.
No entanto, o jogou mudou efetivamente quando Andrés “Manga” Escobar entrou no lugar de Kelvin e mudou a cara do encontro disputado em São Januário. O colombiano foi efetivo em todos os lances que participou: empatou a contenda aos 75’ e deu o passe para Nenê fazer o gol da vitória nos acréscimos do segundo tempo.
São Januário explodiu com o gol da vitória. Ainda mais por ter sido de quem foi. Nenê está no coração dos vascaínos, mas os próprios torcedores viram o mérito de ter deixado o ídolo no banco de reservas: mais descansado, ele consegue apresentar uma intensidade maior com menos tempo em campo.
Na entrevista coletiva pós-jogo, Milton Mendes elogiou o jogador. Entretanto, deixou um recado muito claro: não vai ser pelo gol anotado contra o Fluminense que Nenê vai recuperar rapidamente o seu espaço.
“O Nenê é um jogador como os outros. Eu não individualizo, treinador não olha para o rosto, mas para o corpo e rendimento. Não é porque tem mais nome que vai jogar. Rendimento importa para mim, minhas decisões são em cima disso. O Nenê, como os outros que estão fora, está à espera de oportunidade. Entrou, deu a vitória e foi bem. Mas é um processo, estão do lado de fora esperando", afirmou o comandante vascaíno, que mais uma vez provou o seu ponto.
Do outro lado, Nenê seguiu o discurso feito por Milton: “Feliz em ajudar o time (...) Continuei firme, fazendo o meu trabalho, e na hora que eu entrei estava difícil. A gente estava empatando, e depois perdendo, e poder comemorar a vitória num clássico e ter feito gol. Tem que ver o que é melhor para o grupo”, afirmou aos microfones do SporTV.
A vitória sobre o Tricolor foi importante para o moral de um time que precisa somar o máximo possível de pontos, mas também foi a segunda oportunidade para mostrar que as corajosas mudanças feitas pelo treinador cruzmaltino estão se mostrando acertadas. Mesmo com Nenê também provando a sua capacidade decisiva. O craque do time nos últimos anos terá de dar ainda outras mostras para recuperar a sua titularidade com essa mesma formação.