Uma partida longa, que teve de tudo: chances de perigo para os dois lados, fim de dois tempos, prorrogação, suor, expulsão, sete substituições, pênaltis e título. Como se não bastasse, ainda tiveram Zidane, Simeone, Courtois, Oblak e Valverde. Que jogo!
Apesar do grande equilíbrio durante toda a partida, incluindo a prorrogação, o Real Madrid teve mais posse de bola e esteve mais próximo de marcar, no quesito oportunidades, embora o Atleti não ter jogado a toalha em nenhum momento, e ter chegado com mais perigo em suas ocasiões. Para resumir, o Real teve mais quantidade e o Atleti mais qualidade.
Ambas equipes se conheciam muito bem, principalmente seus técnicos, e Simeone veio preparado para isso: segurar o Madrid. Ele o conseguiu, durante 121 minutos, porém o argentino parece ter se esquecido que a partida poderia ir para os pênaltis e foi onde sua equipe falhou. Muitos falam em 'loteria', porém perder de 4 a 1 parece ir além de sorte ou azar.
Uma coisa é certa, 'cansaço' não pode ser a justificativa, já que a equipe colchonera mostrou muito mais gás durante os 30 minutos de prorrogação. Pressão? Talvez, mas só os próprios jogadores e o técnico poderão explicá-lo logo mais.
É verdade que fazendo uma análise de toda a partida, os brancos tiveram mais chances de gol, porém faltava caprichar no último passe. Além disso, os colchoneros contavam com ninguém mais ninguém menos que Oblak debaixo de suas traves. Apesar disso, ambos times deveram no tempo regular. Esperava-se uma partida mais ofensiva e com gols.
Se vamos falar sobre Oblak, temos que falar sobre Courtois também, que conseguiu fazer grandes defesas e evitar que sua equipe levasse um gol em várias, repito, várias chances claras.
Madrid e Atleti dividiram poucas ocasiões na primeira parte e também no domínio da partida. João Felix conseguiu fazer a primeira boa chegada em uma falha de Ramos, mas o português mandou pra fora. Mendy quase surpreendeu o esloveno com a perna direita e Casemiro mandou por cima do gol uma cabeçada em cobrança de escanteio.
O Madrid entrou com vontade no segundo tempo e Jovic, sumido durante 45 minutos, confirmou que existe e estava no jogo. Ele teve duas ocasiões consecutivas em cinco minutos, a primeira interrompida por Felipe, e não acertando o gol na segunda. Embora tenha tirado tinta da trave. Sua terceira grande aparição foi colocar uma bola para Valverde, que incompreensivelmente cabeceou contra o próprio joelho em vez de mandá-la ao gol.
Modric também teve boas chances e estava disposto a comandar e decidir, mas as equipe começaram a ficar nervosas com o passar dos minutos. As forças foram diminuindo e as chances se tornaram eram menos elaboradas. Courtois fez grande defesa de Morata que apareceu atrás de Sergio Ramos e Thomas quis marcar de 35 metros de distância em cobrança falta que foi o último lance da partida.
Tensão na prorrogação e pênaltis para o Madrid
Real e Atlético deixaram o melhor para a prorrogação. Ambas equipes fizeram o que não conseguiram fazer em 90 minutos e Courtois e Oblak brilharam. O belga pegou um chute de Vitolo após um belo contra-ataque. Oblak cresce na frente de Modric e Rodrygo. Uma loucura total. Um gol poderia mudar tudo, o mais justo era que, depois de tanta luta o jogo fosse para os pênaltis.
No finalzinho da segunda parte, Valverde abriu a porteira para os lances emocionantes ao matar uma jogada de contra-ataque de Morata, que tinha direção certa, e levar o cartão vermelho. Era tudo ou nada, o jogo estava indo para os pênaltis. Naquele momento já não importava se o time teria um jogador a menos ou um a mais, na cabeça dele, aquela jogada pontual precisava ser parada de alguma maneira. E podemos dizer que foi a salvação do Real.
A jogada deu espaço para um climão entre os jogadores em campo e no final, a cobrança de falta ficou na barreira. No decorrer da jogada, Morata tem a oportunidade de marcar, mas dá de cara com Courtois. Na jogada seguinte, o belga salvou mais uma vez os brancos em um chute de Correa e assim terminou a prorrogação. Era hora dos pênaltis.
Do lado do Madrid, todos marcaram, incluindo Ramos, que foi quem marcou o último gol e confirmou a vitória dos brancos. Já do lado do Atlético, chute de Saúl bateu na trave e Thomas viu sua cobrança ser defendida por Courtois. Fim de jogo, 4 a 1 em Yeda. O Real Madrid se consagra o campeão da Supercopa da Espanha 2020 e conquista seu primeiro título da temporada.
January 12, 2020