Tudo parecia caminhar para um final feliz. O Atlético-MG já havia aberto, em 20 minutos, 2 a 0 sobre os reservas do Santos, que poupava todos os seus titulares pensando na decisão da Libertadores, e só administrava o resultado. Seria a recuperação da confiança da equipe para o prosseguimento da competição, após dois tropeços consecutivos. Mais um lance despretensioso fez que os torcedores do Galo ficassem mais preocupados do que felizes ao término da partida.
Ao roubar a bola e tentar partir em velocidade, Keno acabou caindo de mal jeito, por cima do braço, e teve que sair substituído. Exames constataram uma ruptura de ligamento em seu cotovelo esquerdo. Duro castigo para o atleta, que vinha fazendo outra grande partida contra o Peixe, com direito a bela assistência para Savarino no segundo gol.
Por mais que não exista a necessidade de uma cirurgia, o atacante ficará de fora por tempo indeterminado. Uma perda duríssima para um Atlético-MG que buscava se recuperar no Brasileirão.
Ainda que o treinador do Galo, Jorge Sampaoli, tenha um elenco rico e com várias opções para substituir Keno, o atleta era, justamente, um dos poucos que aparentava ser "insubstituível" para o comandante, tendo atuado em 31 dos 32 jogos da equipe na competição.
E a importância do jogador de 31 anos para o Atlético-MG fica ainda mais claro ao se debruçar sobre as estatísticas do clube no Brasileirão deste ano: o atleta é líder do time em chances criadas (55), dribles tentados (195) e completos (100), o que mais sofreu faltas (64), quem mais finaliza (94), quem mais acerta o gol (37), além, é claro, de ser o artilheiro (dez gols) e lider de assistências da equipe (sete passes decisivos).
Claro: isso pode ser explicado pelo alto número de jogos do atleta em relação aos companheiros no elenco. Mesmo assim, detalha a importância que Keno aparenta ter para o esquema de Sampaoli - já que o argentino se destacou, em suas passagem recentes pelo Santos e até mesmo no Galo, por rodar o elenco dependendo do adversário.
Até mesmo se compararmos os números do ponta com jogadores de outros times, ele também sai ganhando. O atleta é o quinto que mais contribuiu com participações em gols no Brasileirão, atrás apenas de Marinho (22), Thiago Galhardo (21), Vina (20) e Claudinho (19). O Atlético-MG não perde só um jogador importante: perde um dos melhores do campeonato.
Assim, outros nomes terão que aproveitar a oportunidade e cumprir o papel do veterano. Vargas, que chegou a peso de ouro, pode ser um deles, sendo deslocado para o lado de campo, enquanto o jovem Savinho vem impressionando do alto de seus 16 anos. Outros "atacantes de área", ao menos para Sampaoli, Sasha e Marrony também tem a versatilidade para atuarem no lado de campo. Borrero ainda não impressionou, mas chegou bem cotado do exterior. Marquinhos, de saída, seria o substituto natural, mas não deve ficar no Galo.
Sem Keno, o Atlético-MG volta aos gramados neste domingo (31), diante do Fortaleza, às 17h (de Brasília).