Uma coisa que acontece muito no futebol é a projeção de grandes ídolos em novos talentos. Não são poucos os casos de "novo Neymar", "novo Cristiano Ronaldo", "novo Messi" etc. E, muitas vezes, isso traz um peso extra que acaba atrapalhando a carreira do jogador, e é isso que Massimiliano Allegri acha que aconteceu em certo momento com Paulo Dybala.
Na época do surgimento e estouro de Dybala, Lionel Messi já estava vivendo sua vitoriosa carreira, o que fez com que muitos meio-campistas argentinos fossem Ronaldo de "novo Messi", justamente o que aconteceu com o agora ex-Juventus. Hoje, aos 28 anos, ele pode estar sofrendo com o peso do selo, na opinião de seu treinador nas últimas temporadas.
"Dybala tem de voltar a ser ele próprio. Houve um momento em que se deixou levar pela história de que ia ser o novo Messi", disse Allegri em entrevista ao DAZN. "Um jogador não pode imitar ou pensar em ser outro. Dybala ainda tem muito a dar, possui qualidades técnicas extraordinárias e joga de forma quase divina, mas tem de voltar a se concentrar nas suas próprias capacidades".
Mas Dybala não foi o primeiro e nem o último a sofrer a peso comparação com o seis vezes melhor do mundo. Uma lista de grandes promessas - argentinos ou não - enfrentaram as dificuldades do selo.
Um dos exemplos, inclusive, é brasileiro. Apenas alguns meses mais novo do que o Messi original, Mazinho, ainda em 2012, quando chamou atenção no Palmeiras, revelou ter sido chamado de "Messi Black" ("Messi Negro", em português). Depois do destaque inicial, ele não conseguiu fazer carreira em grandes clubes e hoje defende o América de Natal, que disputa a Série D.
Obviamente o Barcelona é berço de diversos "Novos Messis". O primeiro deles foi Bojan Krkic, um fenômeno das categorias de base do clube culé, que fez sua estreia profissional ainda antes do argentino, que é um bom exemplo do estrago que o rótulo pode causar. As comparações e a pressão para ser igual ao camisa 10 fizeram com que ele começasse a sofrer com crises de ansiedade, o que levou sua carreira a enfrentar problemas. Hoje, depois de um período sem clube, defende o Vissel Kobe, do Japão.
Um dos exemplos mais atuais é Takefusa Kubo, de apenas 21 anos, que também passou pela famosa academia La Masia. O "Messi Japonês" chamou atenção ainda na base, atuando nas categorias sub-11, sub-12 e sub-13, quando alguns de seus lances viralizaram nas redes sociais, e chegou à base do gigante espanhol, onde ficou pouco tempo por conta de violações nas regras de transfeRências. Ele chegou a voltar ao futebol da Espanha ao ser contratado pelo Real Madrid, mas acabou emprestado algumas vezes e ainda aguarda sua chance nos Blancos.
E estes são apenas alguns dos casos de "novo Messi", que muitos veem como uma maldição. Por enquanto, Dybala viveu uma carreira de sucesso, mas seu futuro após a saída da Juventus ainda é uma incógnita. Seria ele a próxima vítima da comparação?