Entra e sai ano, temos polêmica no calendário do futebol brasileiro. Desta vez, é por um motivo diferente: a pandemia do coronavírus Covid-19 tornou a manutenção das competições impossível e ainda não temos nenhuma confirmação de quando as coisas irão se normalizar.
Assim, com o futebol brasileiro paralisado, fica o questionamento: como é que o calendário se adaptará, sabendo que não existe a previsão do término da suspensão das competições.
Entre muitos elementos que estão sob questão, - obviamente em segundo plano, dado as mazelas da sociedade e a gravidade da situação - um deles é o salário dos jogadores. Com os clubes parados, ficaria inviável para boa parte deles continuarem pagando valores integrais, sem receita. Isto, pelo menos para as equipes da Série A, parece ter uma solução prevista.
Em reunião conjunta entre os 20 times da primeira divisão do Brasileirão e a CBF, ficou decidido que, à partir de 1º de abril, os clubes da Série A oferecerão 20 a 30 dias de férias coletivas para o elenco. Assim, tal medida evitaria reduzir salários neste primeiro momento. Caso a progressão da pandemia não diminua até maio, aí sím outra decisão terá que ser tomada.
Outro pedido dos clubes que tende a ser adotado pela entidade é a manutenção dos pontos corridos. Se antes algumas equipes começaram a considerar o retorno do mata-mata, a tendência atual é de que o Brasileirão siga com a mesma fórmula de disputa.
Uma das razões para isto é que a TV Globo, principal detentora dos direitos de transmissão, se posicionou de maneira contrária à volta do mata-mata, segundo a UOL. Assim, ameaçados com uma possível perda financeira, é improvável que clubes defendam a mudança de formato.
O único ponto que ainda está mais nebuloso é sobre as competições. Quando é que o Brasileirão começará?
Para o principal campeonato de clubes do Brasil, a CBF deu uma garantia: caso as competições sejam retomadas até 1 de julho, terá calendário para jogar o Brasileirão, com suas 38 rodadas, com pontos corridos, e a Copa do Brasil.
No calendário original, 11 partidas do Brasileirão seriam jogadas no meio de semana, e 27, no final. Estas outras datas seriam utilizadas pela Copa do Brasil, Sul-Americana ou Libertadores. Ao total, se a competição começasse à partir do dia 1 de julho, se perderiam também 11 rodadas, marcadas para datas anteriores.
Assim, para que a promessa da entidade faça sentido, essas 11 partidas teriam que ser substituídas. Uma das possibilidades é que sejam realizados jogos durante as datas Fifa - sete delas estão marcadas para depois de 1 de julho - e que o calendário se estenda por mais duas semanas, para que as rodadas finais do Brasileirão aconteçam mais próximas do final do mês de dezembro.
Outro ponto importante da reunião. É unânime, entre clubes e CBF, que formato do Brasileirão NÃO sofrerá alterações.
Desta maneira, as férias de 20 dias, antecipadas pela CBF, estariam "pagando" o período de tempo que o calendário fosse estendido.
De toda forma, com a crise ainda distante de uma melhora, fica difícil falar em retomada. No entanto, pelo que parece, as instituições do futebol brasileiro estão criando soluções para que o ano de 2020 não seja perdido. Ao menos, no âmbito do esporte.