O Flamengo fez história nesta quarta-feira (31). Pressionado pela derrota por 2 a 0 para o Emelec, na ida das oitavas de final da Libertadores, devolveu o placar no Maracanã – cortesia de dois tentos marcados por Gabigol – e, pela primeira vez em nove anos, chegou às quartas de final da competição continental.
Muitos são os elementos a serem observados nesta que foi, em toda a história do clube no torneio, a primeira vez que uma desvantagem por dois gols em um jogo de ida foi revertida com classificação na volta. Abaixo, confira alguns pontos que foram fundamentais nesta noite de felicidade rubro-negra no Maracanã.
Torcida
Presença e comportamento durante o jogo. Desde as primeiras horas desta quarta-feira (31), a torcida rubro-negra já tomava as ruas do Rio de Janeiro em um clima de otimismo. Dentro do Maracanã, os mais de 67 mil torcedores empurraram o time desde o início. A participação foi quase ininterrupta até a tensão das cobranças de pênalti.
Gabigol, mais uma vez decisivo
O Flamengo, aliás, só chegou até as disputas alternadas porque Gabriel Barbosa seguiu a demonstrar sua espetacular fase goleadora. O camisa 9 converteu, aos 10 minutos do primeiro tempo, pênalti polêmico sofrido por Rafinha, e aos 19’ completou, de primeira, passe de Everton Ribeiro – ultrapassando, com quatro gols, justamente o dono da assistência como artilheiro do Fla nesta campanha continental.
Bom desempenho defensivo
É complementar, também, dizer que a equipe treinada por Jorge Jesus também só chegou até os pênaltis porque, pela primeira vez desde que o português assumiu o comando do time, ficou sem sofrer gols no tempo regulamentar. Destaque individual para o zagueiro espanhol Pablo Marí, recordista em rebatidas: tirou o perigo da área oito vezes em um segundo tempo marcado pelo crescimento do Emelec.
Excelência nas cobranças de pênaltis
Nas cobranças alternadas, se o torcedor tivesse medo de rever algo parecido à eliminação recente para o Athletico, na Copa do Brasil, Arrascaeta, já na primeira cobrança, passou tranquilidade e segurança: bateu forte e alto no canto; Bruno Henrique, depois, chegou à perfeição ao fazer estufar a parte de cima da rede defendida por Dreer. Renê demonstrou classe e frieza, caminhando lentamente antes de colocar, cirurgicamente, a bola no canto esquerdo do goleiro e Rafinha, também com tranquilidade e destreza, deixou a pressão com os equatorianos: Queiroz acertou a trave e sacramentou a vitória rubro-negra.
A redenção de Diego Alves
Queiroz, contudo, não foi o único a ter desperdiçado a sua batida. Antes, Arroyo – justamente o autor da falta que tirou Diego Ribas de ação por boa parte do ano – bateu forte no canto direito de Diego Alves. O goleiro, bastante criticado por atuações recentes, fez o que dele se esperava: caiu para o lado certo e fez a defesa.
"Futebol é isso. Hoje é o dia da glória. Hoje eu pude contribuir, fico feliz. É para eles”, disse o goleiro, após o jogo, para o SporTV, dedicando a defesa aos torcedores.
O sonho pelo título de Libertadores, que não vem desde 1981, segue vivo. E enfim torcedores e jogadores rubro-negros voltam a sair do Maracanã, em partida de mata-mata, com a cabeça levantada e repletos de otimismo!