O minuto mágico de Lloris e o tiro certeiro de Kane

Milagres exigem auto-perfeição e algumas rachaduras nos rivais. A equação não admite falhas e Hugo Lloris a fez impossível. Harry Kane, pistoleiro de luxo, assinou sentença de morte do Dortmund. E assim o sonho do impossível do time preto e amarelo sucumbiu.
Oito anos depois estará entre os oito melhores. O resultado da primeira etapa garantiu a tranquilidade. Tranquilidade? Não foi bem assim. Sua vitória final poderia ter se transformado em tragédia se não fosse pelas luvas de seu goleiro, que virou um polvo e bombeiro para apagar o fogo local.
Não havia outro roteiro possível para os de Favre que partirem ao ataque, mas a fronteira entre a bravura e desespero é muito fina. A atitude não pode ser criticada, mas sim a falta de ponteria diante da parede gigante construída por Lloris. Depois de alguns sustos de Reus e Alcácer, o goleiro tornou-se sideral aos 21 minutos.
Reus, que voltava como líder, mas sem muito oxigênio ou frescor nas pernas, e Götze pararam diante Lloris, que parecia mais alto e mais largo do que nunca. O Tottenham não conseguia sair para o jogo, mas também não sofreu mais do que a conta. Ficou satisfeito em estar bem plantado.
Os 'spurs' tiveram a chance de matar a partida. Mas Son chegou tropeçou diante de Bürki e não encontrou as redes.
Era o preâmbulo do minuto mágico de Lloris, o começo do fim. Guerreiro cabeceou de costas, o goleiro pegou no reflexo. Quase sem tempo para recuperar o fôlego, Götze procurou o canto esquerdo e parou em outro lance voo do goleiro do Tottenham.
FALTAVA O SENHOR DO GOL
O objetivo de chegar vencendo ao intervalo morreu. E assim a vida morreu nos olhos dos de Favre. Braços caídos, pernas pesadas, corações sem ritmo. Um cenário que resultou em um curto circuito. Sisoko sentiu o clima a favor e quatro minutos após o reinício enfiou para Kane. Um presente que ele não desperdiça.
O artilheiro da Copa do Mundo pouco tinha aparecido, mas ele não se importa de jogar com apenas uma bala nos bolsos. Com toda a calma do mundo, apareceu diante de Bürki e definiu como um pênalti em movimento para sentenciar o que já não tinha mais jeito.
A equipe de Pochettino só teve que se lamentar da lesão de Winks, que sofreu um problema muscular e deixou o campo. E claro, seus três pendurados, Alderweireld, Eriksen e Lamela evitaram o amarelo.
Assim é a Champions League, cruel para quem sai, mas um enorme trampolim para quem avança.