A prisão na semana passada do empresário belga Christophe Henrotay, que representa o goleiro Thibaut Courtois, do Real Madrid, gerou uma onda de grande preocupação entre os agentes brasileiros. Há o temor que outros países da Europa, principalmente a Espanha, sigam o caminho da Bélgica e passem a investigar de forma minuciosa as negociações no futebol.
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Henrotay, que também cuida da carreira dos atacantes Yannik Carrasco, do Dalian Yifang, e Kevin Mirallas, do Everton, foi detido em Monaco por acusação de "fraude, branqueamento de capitais e corrupção e associação criminosa", segundo explicou Eric Van Duyse, porta-voz do Ministério Público Belga, que tem trabalhado em conjunto com autoridades francesas e inglesas.
"Os fatos envolvem notáveis operações de lavagem de dinheiro e corrupção privada em transferências de jogadores de futebol", afirmaram promotores envolvidos na operação que foi deflagrada por conta das transferências do atacante sérvio Aleksandar Mitrovic, do Anderlecht para o Newcastle, em 2015, e do volante belga Youri Tielemans, do Anderlecht para o Monaco, em 2017.
A Goal sabe que, na investigação de "corrupção privada", há a suspeita da prática quase que comum de incluir o pagamento de comissão para empresários (geralmente superior a 10% do valor da transferência) como luvas para os jogadores, que, posteriormente, acabam por repassar o dinhero, às vezes sem conhecimento, para terceiros. Clubes espanhóis são os mais conhecidos por aceitarem esse tipo de procedimento que, entre outras consequências, afeta nos impostos.
"Vários empresários fazem isso. Se começarem a prender todos que fazem isso...", desabafou um conhecido agente brasileiro, que preferiu não ter o nome revelado, em rápida conversa com a Goal.
Considerando apenas os últimos três anos, vários jogadores brasileiros foram negociados com o futebol espanhol. Os grandes, por exemplo, contrataram Paulinho, Philippe Coutinho, Malcom, Arthur e Neto (Barcelona), Vinicius Junior, Rodrygo e Éder Militão (Real Madrid), Renan Lodi e Felipe (Atlético de Madrid), Guilherme Arana, Diego Carlos e Fernando (Sevilla) e Gabriel Paulista (Valencia).