Argentina e França se enfrentaram neste domingo, no Lusail Stadium, na grande final da Copa do Mundo do Catar 2022. O combinado sul-americano deu uma aula de futebol aos europeus no primeiro tempo, mas acabou sofrendo o empate e os pênaltis definiram que o tricampeonato iria para Buenos Aires!
A final começou com uma intensidade brutal da Argentina. Os jogadores de Scaloni pareciam ter entrado em campo em uma rotação completamente diferente dos franceses, que não viram a cor da bola nos primeiros minutos.
Tanto que o primeiro gol saiu aos 22', quando Di María passou como quis por Dembélé e invadiu a área, mas o camisa '11' acabou sendo derrubado e o árbitro marcou a penalidade. Messi foi para a cobrança e abriu o placar para os argentinos.
Com a França completamente atordoada, veio o segundo golpe. Aos 35', Messi deu um lindo passe para Mac Allister, quebrando toda a linha defensiva francesa, o camisa '20' partiu em velocidade e cruzou para Di María bater na saída de Lloris.
Na volta do intervalo, a Argentina veio com tudo, disposta a acabar com o jogo, o que acabou não acontecendo. E o que parecia resolvido, mudou completamente. Em dois minutos a França mudou a história da partida! Mbappé, que estava sumido, resolveu brilhar.
Aos 79', Kolo Muani partiu em velocidade, invadiu a área e foi derrubado por Otamendi! Pênalti! Mbappé foi para a cobrança, Martínez acertou o canto, mas não conseguiu fazer a defesa. Um gol que incendiou a partida!
E dois minutos depois, veio o empate, uma pintura! Rabiot levantou na área, Mbappé escorou de cabeça, Thuram devolveu e o camisa '10' fez o gol mais bonito da Copa do Mundo, realmente impressionante.
Já no primeiro tempo da prorrogação, a cautela ditou o ritmo, até que o zagueiro Upamecano precisou aparecer para evitar duas boas chances dos argentinos.
No segundo tempo, em uma linda tabela, Lautaro soltou a bomba, Lloris defendeu com o rosto e bola sobrou para Messi empurrar para as redes! Mas não se deixe enganar, a partida não foi sacramentada aqui.
Aos 116', Mbappé pegou uma sobra e bateu, a bola explodiu na mão de Montiel e o árbitro marcou a penalidade. O próprio Mbappé bateu e deixou tudo igual outra vez, levando a decisão para os pênaltis.
E nas penalidades, todos os argentinos marcaram, enquanto do lado francês Coman parou em Martínez e Tchouaméni mandou para fora. Curiosamente, por um capricho dos deuses do futebol, o responsável por decidir para a Argentina foi Montiel, o mesmo que cometeu o pênalti. O futebol é incrível.
'D10S' já pode descansar
Agora sim! Era o que faltava para fechar com chave de ouro a carreira de um dos melhores jogadores que esse planeta já viu. Leo não precisava provar nada para ninguém, seus gols, seus números, seus títulos, suas conquistas, seus recordes, tudo o que o rosarino conquistou, era mais do que suficiente para lhe colocar na mesa dos gigantes do esporte.
Mas o futebol é cruel. E aos 35 anos o argentino ainda precisava demonstrar que estava 'vivo' a cada vez que vestia a camisa 'Albiceleste'. O título da Copa América deu um novo ânimo aos argentinos e ao próprio Messi, que viu que era possível fazer história assim como fizeram Mario Kempes e 'Don' Diego Armando Maradona.
E na sua última Copa, na sua última oportunidade, ele conseguiu. Foi sofrido, como todas as grandes conquistas, mas escoltado por guarda-costas fiéis como Di María, De Paul, Paredes e todo um elenco que correu e suou para a sua genialidade aflorar, eles conseguiram.
O sucesso da Scaloneta
Outro Lionel merece destaque nessa seleção, o Lionel Scaloni. Ex-jogador com passagens por clubes como Newell’s Old Boys, Estudiantes, West Ham, Lazio, Atalanta, entre outros, Scaloni aceitou em 2019 o trabalho que poucas pessoas queriam. E a sua primeira experiência como treinador principal foi assumir uma Argentina que estava em pedaços após a eliminação na Copa do Mundo da Rússia.
Parecia ser um eterno interino, até que foi confirmado como o comandante da equipe nas Eliminatórias. E com um estilo de jogo bem definido, uma aposta total em Messi e jovens jogadores, Scaloni foi conquistando o seu espaço, respeito e admiração de todos.
Sem medo de mudar, sem insistir em ideias que não davam certo, sem afilhados, Scaloni entendeu perfeitamente que a Copa do Mundo é momento, quem estiver melhor joga. Foi assim que a 'Scaloneta' carburou e deu a terceira estrela a um país apaixonado pelo futebol.
Parecia o Monumental de Nuñez
Durante todo o Mundial os argentinos empurraram, vibraram, se emocionaram com a 'Albiceleste'. Desde as lágrimas na surpreendente derrota na estreia para a Arábia Saudita até a euforia pelo terceiro título mundial. Como diz a letra da múscia que está na cabeça de todos: "Ahora nos volvimos a ilusionar".
E na grande final não poderia se diferente. Com Buenos Aires em festa, os privilegiados que puderam ir até o Catar trataram de transformar o estádio da grande final no Monumental de Nuñez. Uma festa que vai durar, pelo menos, até 2026.
Mbappé e o brilho de um gênio
Se na final de 2018, na Rússia, contra a Croácia, Kylian Mbappé marcou e fez a diferença, as coisas foram bem parecidas quatro anos depois. O camisa '10' foi um dos principais nomes da equipe durante toda a competição no Catar e na final, quando tudo parecia perdido, o jovem de apenas 23 anos resgatou o seu país com um 'hat-trick' espetacular.
Esse jogo parece marcar uma passagem de bastão, o camisa '10' argentino sobe ao Olimpo do futebol no seu último mundial com o título que lhe faltava e abre caminho para Kylian continuar fazendo história.