Sabe aquele ditado de que no futebol tudo muda rapidamente? Pois é, para Atlético-MG e Cruzeiro, a máxima é muito verdadeira. Durante a temporada 2017, os rivais mineiros convivem com a alternância frequente de cenários, e às vezes, o clima no clube muda em um espaço curto.
O ano começou muito bem para o Cruzeiro. O time chegou a ficar 13 jogos sem perder e parecia uma máquina. Ótimos resultados, bom desempenho, em algumas partidas, excelente, vitórias sobre o rival Atlético-MG, alimentando um jejum de dois anos sem derrotas no clássico e tranquilidade. Isso tudo sem Thiago Neves e outros nomes importantes do elenco. A Raposa parecia favorita a todos os títulos do ano e imparável.
No mesmo período, o Atlético-MG era cobrado. Os resultados, mesmo que com atuações contestáveis, vinham no Campeonato Mineiro, mas nos jogos grandes, o time deixava a desejar. Fred estava voando, com um gol atrás do outro, mas o início na Libertadores foi ruim, com empate contra o Godoy Cruz e derrota para o Libertad nos primeiros três jogos. O único triunfo foi sofrido, apesar do placar de 5 a 2, pra cima do fraco Sport Boys. Já nos clássicos, duas derrotas: uma pela Primeira Liga e outra pelo Campeonato Mineiro. A torcida foi até o CT protestar na véspera do jogo de ida da decisão do torneio local e amassou o carro de Marcos Rocha.
No entanto, tudo mudou na final do Estadual e no momento decisivo dos torneios continentais. O Atlético-MG mostrou evolução, bom futebol e ótimo desempenho, e os resultados vieram, enquanto o Cruzeiro entrou em crise com uma queda brusca de rendimento e vendo que não era tudo tão maravilhoso como parecia.
O 'Galo' bateu a 'Raposa' na final do Campeonato Mineiro. Encerrou o jejum e conquistou o título. Além disso, emendou uma ótima sequência na Libertadores e teve a melhor campanha da fase de grupos da competição. O time cobrado e aquém do esperado vivia lua de mel com a torcida e a imprensa. Era tudo maravilhoso. Depois, quando teve um momento de instabilidade, deu novamente a volta por cima com uma sequência de cinco jogos sem derrotas, boas atuações, e vitórias sobre o Cruzeiro, no Brasileirão, e o Botafogo, na Copa do Brasil.
A 'Raposa', por sua vez, além da derrota no Estadual, foi eliminada logo na primeira fase da Copa Sul-americana, e começou o Brasileirão alternando vitórias, empates e derrotas, sem conseguir sequer vencer duas partidas em sequência. A cobrança foi enorme e a torcida foi até a porta da Toca II cobrar o time. Mano Menezes, pressionado, balançava no cargo e dava a impressão de que, em caso de novo tropeço, seria demitido.
No entanto, na última semana, tudo voltou a mudar. Por conta de duas partidas, o Cruzeiro, que seis dias atrás estava em crise e com Mano Menezes podendo ser demitido a qualquer momento, agora está em paz e com moral, depois de vencer Palmeiras e Atlético-PR. Já o Atlético-MG, que vivia boa fase e estava em alta, após o empate fora com o Botafogo, em jogo que poderia ter vencido, e a derrota para o Santos em casa, voltou a sofrer com muitas cobranças e críticas. Do G6, o time caiu para a metade inferior da tabela, enquanto a Raposa voltou à zona de classificação para a Libertadores.
Por causa de dois jogos, tudo o que se vinha falando sobre os rivais mudou em um curto espaço de tempo. A irregularidade é clara, mas o calendário ridículo do futebol brasileiro e a cultura nacional de resultados acima de tudo também pesa para a alternância de momentos, visões, análises e pressão nos rivais de Minas Gerais.