O Brasil esteve longe de ser muito bom no amistoso contra a Colômbia, na última sexta-feira (06), que terminou empatado em 2 a 2. Mas se teve alguém que fez bom proveito da partida, realizada em Miami, foi Neymar.
O camisa 10, que não disputava um jogo oficial desde junho, demonstrou uma óbvia falta de ritmo, mas acabou decidindo diretamente nos dois gols marcados pelo Brasil: cobrou o escanteio que terminou no gol de cabeça de Casemiro, que abriu a contagem, e estufou as redes para empatar a contenda no segundo tempo.
Perguntado sobre o desempenho de seu maior craque, em sua entrevista coletiva pós-jogo, Tite disse que foi acima de suas expectativas – levando em consideração os três meses sem jogar.
“A gente conversava ontem (quinta-feira) em monitorar (Neymar) a partir dos 45 minutos, porque o atleta começa a pensar e não conseguir executar. Mas ele estava pensando e executando, me surpreendeu”, disse.
Tite poderia ter feito até seis substituições, mas fez apenas três, sendo que todas elas na reta final. E apesar do monitoramento sobre Neymar, o camisa 10 foi um dos que seguiram em campo até o apito final.
“Estava conversando com o pessoal da comissão no segundo tempo: "vou tirar", "vou tirar", até por uma questão de preservação física. Mas eu vi que as respostas físicas dele continuavam bem, fortes, coordenadas, a ponto de ele ir crescendo. À medida em que chegava o final do jogo ele produzia cada vez mais”, completou.
E, de fato, Neymar cresceu ao longo da partida.
A média de passes foi bastante parecida, mas em outras ações de jogo Neymar apresentou melhora a partir do segundo tempo. Curiosamente, não foram a assistência na etapa inicial (uma cobrança e escanteio) ou o gol marcado após o intervalo (em que só empurrou para dentro, após assistência de Dani Alves advinda de lançamento espetacular de Coutinho) as ações mais marcantes.
Neymar arriscou mais dribles (7) e engatou dois deles nos 45 minutos finais, além de ter mantido a média das outras ações tomadas também no primeiro tempo – finalizações, ainda que bloqueadas, chances criadas e recuperações de bola.
Com a bola nos pés, Neymar é decisivo. E, engrenando em um momento conturbado de sua carreira, tê-la aos seus pés é o melhor que pode acontecer.