Brigando contra o rebaixamento no Brasileirão, o São Paulo segue decepcionando seu torcedor em uma temporada muito instável. Uma coisa não mudou, porém: a ineficiência do ataque em produzir gols.
Com vários atletas renomados e queridos pela torcida, o Tricolor, independente de quem estiver em campo, pouco consegue fazer e tem, até o momento, o pior ataque de sua história no Campeonato Brasileiro. Contra o Athletico-PR, nesta quarta-feira (24), então, até produziu chances, mas viu nomes como Calleri, Pablo e especialmente Rigoni desperdiçarem oportunidades de botar a bola para dentro.
As marcas são piores até do que em 2019, time de Cuca marcado pela ineficiência e pouca produção ofensiva que terminou com 39 gols em 38 jogos. Aquele equipe, porém, arrancou na reta final e terminou em sexto lugar, com Fernando Diniz no comando e uma defesa sólida (de apenas 30 gols sofridos). Para 2021, sofreu apenas três gols a mais, mas conseguiu marcar apenas 26 vezes em 34 partidas.
Se não explodir com mais de 13 gols nos próximos quatro jogos, uma média muito improvável, Luciano, Rigoni, Calleri, Pablo e cia devem terminar a temporada entrando na história do Tricolor de maneira negativa. E tudo isso tendo a pecha de "ataque milionário".
Por mais que o São Paulo passe por problemas financeiros e esteja cheio de garotos das categorias de base, de Cotia no time titular, no ataque, vive situação diferente. Só Pablo, por exemplo, com seus três gols no Brasileirão, custou R$ 26 milhões aos cofres tricolores. O artilheiro do time na competição, o argentino Emiliano Rigoni, custará mais cerca de R$ 11,5 milhões.
Calleri, que acabou de chegar, já custou R$ 1,5 milhões pelo empréstimo e ainda terá que ser comprado por mais R$ 16 milhões caso complete 30% dos minutos em campo até o final de 2022. Éder, outro veterano, custou R$ 1 milhão em luvas - para não falar de um dos maiores salários do elenco, mas que mal consegue entrar em campo.
Mesmo sem contar Luciano, que veio na contrapartida de Éverton, e Vitor Bueno, envolvido numa troca por Raniel, o São Paulo já gastou - ou terá gasto, até o final da próxima temporada - R$ 46 milhões para garantir o pior ataque de sua história. E isso sem pensar nos altos vencimentos de uma das folhas salariais mais abarrotadas do futebol brasileiro - vale lembrar que a equipe não reduziu a folha para 2021, ao contrário do que divulgou no começo da temporada.
Dos seus últimos cinco gols no Brasileirão, apenas dois vieram de seus atacantes: Calleri, contra o Corinthians, e Luciano, diante do Palmeiras. Gabriel Sara (duas vezes) e Benítez, dois meias, conseguiram ultrapassar seus rivais do ataque desde a chegada de Ceni.
Se em 2020, Brenner, vindo da base, e Luciano, de graça, formaram dupla extremamente goleadora e de ótimo custo-benefício, principalmente no Brasileirão, o mesmo não pode ter dito em 2021. Com muito mais recursos gastos - e alguns nomes que eram "unanimidade" para o torcedor.