É uma mera coincidência, sem dúvida, mas com um tom de ironia. Rogério Ceni assume o Cruzeiro em 17º lugar no Campeonato Brasileiro, com 11 pontos. O bom trabalho no Fortaleza o credenciou a tirar o time mineiro da crise. Voltemos no tempo. Três de julho de 2017: Rogério Ceni é demitido do São Paulo que estava na 17ª colocação do Brasileirão, com 11 pontos.
O ex-goleiro foi a solução encontrada pelo Cruzeiro para se reerguer no campeonato nacional e começar uma nova fase depois da era Mano Menezes. Há dois anos, no entanto, o São Paulo entendeu que Rogério Ceni não era capaz de fazer isso à frente da equipe tricolor, já que era ele o comandante desde janeiro.
Na oportunidade, o São Paulo não vencia no Brasileirão havia seis rodadas. A equipe vinha de derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no Rio de Janeiro. Após esse jogo, Rogério Ceni disse em entrevista coletiva que era hora de “unir forças” no Morumbi.
O treinador, contudo, viu a diretoria seguir no caminho oposto e demití-lo após seis meses de trabalho. A decisão estragou a relação de Ceni com o atual comando do São Paulo.
Agora, o ex-goleiro chega a um clube que fez de Mano Menezes o técnico mais longevo na elite brasileira. Quando foi demitido, Mano estava na função havia 1.108 dias. Sua saída do Cruzeiro conduziu Renato Gaúcho, do Grêmio, a essa posição.
Rogério Ceni, por sua vez, estava no Fortaleza desde o início de 2018. No período, conquistou três títulos: Série B do Brasileiro, Copa do Nordeste e Cearense. Como disse em sua carta de despedida para a torcida cearense, Ceni chegou ao Fortaleza como ex-goleiro do São Paulo e saiu como técnico do Fortaleza. E terá, além da Copa do Brasil, a missão de tirar o Cruzeiro da zona de rebaixamento do Brasileiro, algo que já lhe custou um emprego.