Entre tantos gols, situações, confusões e até acusação de racismo, um lance poderia ter passado despercebido na vitória do Flamengo por 4 a 3 sobre o Bahia. Aos 26 minutos do segundo tempo, ao ser substituito, o meia Arrascaeta se mostrou chateado e saiu de campo sem cumprimentar Rogério Ceni.
De 9 jogos sob o comando do atual treinador, Arrascaeta completou os noventa minutos em apenas duas ocasiões: contra o Coritiba e o Botafogo. No primeiro jogo de Ceni, contra o São Paulo no Maracanã, pelo primeiro jogo das quartas de final da Copa do Brasil, o uruguaio começou no banco, pois se recuperava de lesão e podia jogar poucos minutos.
Na partida seguinte, contra o Atlético-GO, também começou no banco, para ganhar ritmo e estar inteiro contra o mesmo São Paulo no Morumbi. Contra o Tricolor Paulista, no entanto, foi substituido aos 33 minutos do segundo tempo.
O mesmo aconteceu nos dos jogos contra o Racing, pela Copa Libertadores. Na Argentina, Arrascaeta saiu aos 39 minutos do segundo tempo, já na partida do Maracanã, o uruguaio deixou o jogo bem mais cedo, aos 18 do segundo tempo, logo depois da expulsão de Rodrigo Caio.
No último domingo, na vitória por 4 a 1 sobre o Santos, no Maracanã, Arrascaeta foi substituído aos 36 minutos do segundo tempo, no decorrer da partida, ele chegou a recuar e jogar como segundo volante.
Durante a semana, o uruguaio falou sobre a situação do jogo contra o Santos e que se colocou à disposição de Ceni para fazer aquela função.
"A gente tem que se adaptar a várias funções, mas certamente não é das minhas características essa função. No jogo falei com o Rogério que me sentia bem, a gente estava controlando o jogo então não tinha problema de fazer essa função".
Arrascaeta também lembrou que com Domènec tinha mais liberdade, jogava mais perto do gol e que com Ceni tem atuado um pouco mais distante de suas características
"Com Dome eu tinha mais a liberdade de voltar, pegar a bola, fazer um terceiro volante, mas eu chegava sempre na área, sempre tentar a finalização. Com Rogério agora jogando atrás não é tao normal das minhas características, mas se precisar de mim vou dar o melhor".
Contra o Bahia, no entanto, o uruguaio foi substituído aos 26 minutos do segundo tempo, mas não se mostrou nada cotente. Ele saiu de campo um pouco irritado, de cara fechada e não cumprimentou Rogério Ceni.
Na coletiva de imprensa, após a vitória, Ceni rasgou elogios a atitude de Everton Ribeiro, ao sair de campo alegre e cumprimentar o treinador e os companheiros.
"O respeito que um capitão, como é o Everton e por isso usa a braçadeira, em sair de campo alegre, cumprimentar seu treinador, cumprimentar os companheiros.. sair da maneira como ele saiu, isso ressalta o caráter, a personalidade das pessoas que trabalham aqui".
A fala de Rogério Ceni causou estranheza nos torcedores que nas redes especularam uma possível indireta ao camisa 14.