Em menos de um ano, o São Paulo passou da melhor defesa do Brasil para a que mais sofre gols. O time de Fernando Diniz está com a pior defesa entre todos os 20 clubes a Série A em 2020.
Foram 37 partidas disputadas no ano e a defesa são paulina foi vazada 46 vezes. Em média, o São Paulo sofreu 1,24 gols por jogo. Em 2019, foram 47 gols sofridos em 60 jogos. Ou seja, em 23 partidas a menos do que na temporada passada, o Tricolor já sofreu quase o mesmo número de gols.
Tais dados contrastam, principalmente, com o desempenho defensivo do Tricolor Paulista no Brasileirão de 2019. Mesmo terminando o campeonato apenas na sexta colocação, o São Paulo foi o time que menos sofreu gols: foram apenas 30.
Nesta quarta-feira, 29, foram três gols sofridos para o Lanús na derrota por 3 a 2. O time argentino não atuava há sete meses e José Sand, de 40 anos, marcou duas vezes.
Em números totais, a defesa do São Paulo é a pior entre todos os times que disputam o Brasileirão (somando todas as competições). Na média, apenas o Goiás tem uma defesa pior: foram 44 gols sofridos em 32 jogos, média de 1,37.
O que explica a defesa tão vulnerável?
Quatro gols sofridos contra a LDU, três gols sofridos contra Lanús, Fortaleza, Atlético-MG, Red Bull Bragantino e Mirassol. Em 2020, o São Paulo acumula jogos com muitos gols sofridos.
Fernando Diniz tentou corrigir o sistema defensivo com diversas mudanças. Bruno Alves e Arboleda começaram a temporada como titulares. Após uma sequência de maus resultados, Diego Costa e Léo formaram a dupla de zaga. O primeiro se estabeleceu como titular e é uma das boas surpresas do time no ano - embora tenha feito um jogo abaixo contra o Lanús.
A lateral direita também é um problema para o São Paulo. Juanfran e Igor Vinícius não conseguiram se estabelecer como donos da posição, mas após as lesões dos dois jogadores, Diniz improvisou Tchê Tchê na posição, mantendo Dani Alves no meio. O camisa 10 até chegou a jogar na lateral, contra o Grêmio, mas não jogou bem.
Antes de atuar como lateral, Tchê Tchê era o primeiro volante do time, mas a equipe ficava muito exposta. Luan melhorou o setor, mas entrou apenas depois da eliminação na Libertadores. Porém, nos últimos jogos, a falta de peças para o meio campo fica evidente no segundo tempo.
Contra o Fortaleza, no Morumbi, o São Paulo não conseguia controlar as ações na faixa central do campo e sofreu dois gols nos últimos 10 minutos de jogo. Diante do Lanús, mais uma vez o time a defesa foi vazada nos minutos finais - o terceiro gol dos argentinos saiu aos 46 do segundo tempo. Nos dois jogos, Diniz tinha apenas um meio-campista no banco de reservas: Rodrigo Nestor, de 20 anos e com apenas quatro jogos em 2020.
Outras peças que poderiam ser utilizadas no meio estão fora. Hernanes e Liziero estão lesionado. O primeiro já está em fase final de recuperação de um estiramento e inclusive já treina com os companheiros. Já o segundo fez uma cirurgia no tornolezo e não tem previsão de volta.
Nove gols sofridos nos últimos cinco jogos
Este é o retrospecto da defesa são paulina. Foram cinco gols sofridos para o Fortaleza (três na ida, dois na volta), um para o Binacional e mais três para o Lanús. Tiago Volpi não foi vazado apenas contra o Grêmio, empate sem gols.
Conseguir uma sequência de jogos sem sofrer gols é algo raro no São Paulo de 2020. A maior é de dois jogos, feito alcançado quatro vezes (a última delas contra Atlético-GO e Palmeiras).
Tantos jogos com gols sofridos consequentemnte levam a uma sequência ruim de resultados. Nos últimos 14 jogos, o time de Fernando Diniz venceu apenas três confrontos e perdeu outras três, mas chama atenção o número de empates neste recorte da temporada: oito.
Os próximos jogos do São Paulo são contra Flamengo, fora de casa, no domingo, 1 de novembro, e o jogo de volta contra o Lanús, no Morumbi, no dia 4. Vitória por um gol de diferença classifica o Tricolor na Copa Sul-Americana.