Emerson Sheik voltou ao Corinthians no início deste ano com um contrato curto, apenas até a metade do ano, enfrentando a desconfiança de parte da torcida por conta da sua idade e do recente desempenho nos últimos clubes pelos quais passou. Dentro e fora das quatro linhas, porém, o ídolo alvinegro mostrou estar diferente. Mais profissional. Até aqui vinha sendo um exemplo para os mais jovens, principalmente por ter mudado alguns hábitos, como o dos inúmeros atrasos nos treinos e as baladas. Fatos engraçados, mas que preocupavam até mesmo a diretoria antes da assinatura do vínculo.
Dentro de campo, Emerson Sheik também contrariou muita gente ao mostrar que ainda pode ser importante. Jogador mais velho a marcar um gol com a camisa alvinegra, foi titular em alguns momentos, marcou dois gols, sendo um deles no jogo contra o Deportivo Lara pela Libertadores, e já foi novamente campeão paulista. Mesmo assim, como qualquer outro profissional, está sujeito a erros. E foi isso que aconteceu na sua expulsão de forma infantil na derrota por 2 a 1 para o Independiente, na última quarta (4), pela competição continental.
Sheik foi expulso antes mesmo de tocar na bola. Menos de dois minutos depois de ter entrado no lugar de Jadson, tentou acertar o adversário e recebeu o vermelho direto. Cartão esse que deve custar caro. Se a Conmebol seguir o padrão disciplinar dos últimos anos, o atacante deve ser suspenso por três jogos. Assim, só ficaria à disposição a partir de um eventual jogo de volta das oitavas de final do torneio sul-americano.
Erro grave para um jogador da experiência de Sheik, que voltou ao clube principalmente com a justificativa de ajudar com sua experiência a equipe, mas foi expulso pela terceira vez na Libertadores. Na última delas, em 2015, contra o São Paulo, foi expulso após acertar o zagueiro Rafael Tolói com menos de cinco minutos de jogo e acabou sendo suspenso por três partidas. Já na campanha do título de 2012, ele havia recebido o cartão vermelho no jogo de ida da semifinal contra o Santos.
Mesmo assim, não se pode crucificar o herói do título da Libertadores de 2012 e importante em tantos outros jogos com a camisa do Corinthians pela expulsão. E não estou falando apenas por sua primeira e vitoriosa passagem pelo clube, mas pela atual também. Emerson Sheik errou. Como ele mesmo disse em pedido de desculpas após o duelo, novos erros podem acontecer. Afinal, mesmo diferente, é impossível mudar 100%.
O jogador, que foi exaltado e aclamado pelas provocações na decisão contra o Boca Juniors em 2012, segue sujeito a erros assim como mantém suas declarações polêmicas como foi após o título do Paulistão sobre o arquirrival Palmeiras. E a grande maioria dos torcedores corintianos parece ter entendido isso e se mantido ao lado do ídolo mesmo após o erro na expulsão em Itaquera.