Del Bosque aprova futebol da Espanha na Copa do Mundo, um time que ainda é mestre nos passes

O empate em 3 a 3 com Portugal, em sua estreia na Copa do Mundo de 2014, teve sabor de derrota para a Espanha.

Afinal de contas, Cristiano Ronaldo fez o seu terceiro gol em cobrança de falta nos minutos finais do segundo tempo e, na etapa anterior, havia estufado as redes contando com um frangaço do goleiro David De Gea.

Mas analisando a exibição espanhola, em meio ao nervosismo da estreia contra os atuais campeões europeus e, principalmente, em meio à crise causada pela demissão do técnico Julen Lopetegui dias antes, o saldo foi positivo: a ‘Roja’ levou perigo, se movimentou bem e demonstrou grande repertório para finalizar suas jogadas.

Del Bosque, ao lado de Hierro em 2010

Foi o suficiente para receberem a bênção de Vicente Del Bosque, comandante nos títulos da Copa de 2010 e Euro 2012. Em sua coluna para o jornal russo “Sport Express”, o ex-treinador disse que a Espanha “deveria ter ganhado” e teceu grandes elogios ao jogo do time agora comandado por Hierro – jogador que ele, Del Bosque, comandou em dois títulos de Champions League com o Real Madrid.

E foi exatamente por causa deste passado madridista – além de treinador, Del Bosque foi jogador do Real – que o espanhol não se alongou muito ao comentar a crise que o Madrid provocou na seleção em meio à disputa do Mundial e teceu elogios ao trabalho de Julen Lopetegui, além de passar confiança ao goleiro De Gea.

A Espanha que iniciou a Copa do Mundo na Rússia tem um repertório maior de ações para finalizar suas jogadas, em relação às equipes que foram vitoriosas sob o comando de Del Bosque, graças à presença de Diego Costa, que ao contrário de 2014 demonstra estar nas suas melhores condições físicas. Mas ainda é o time da posse de bola, e troca de passes certeiros. Prova disso foram os 759 passes, com 92.2% de acerto, os maiores números até o momento que este texto foi escrito.

Del Bosque mantém a confiança, e acredita que esta atual equipe ainda pode crescer ao longo do torneio. Exatamente o que aconteceu em 2010, quando a Espanha iniciou com derrota para a Suíça antes de terminar levantando a taça na África do Sul.